
Um grave problema de cunho ambiental pode
ser constatado por quem trafega próximo à área pertencente à Companhia
de Saneamento do Pará (Cosanpa), no cruzamento da Avenida Tancredo Neves
com Travessa Rouxinol, na Grande Área da Nova República, em Santarém,
oeste do Pará.
No local, uma rede de esgoto provoca
riscos de contaminação a centenas de famílias. Além de lama e a falta de
saneamento básico, muito lixo também pode ser visto no local. Moradores
temem contaminação também por consumo de água, por conta de uma unidade
captadora da Cosanpa funcionar próxima à rede de esgoto.
“Eu moro aqui perto e me deparo com essa
cena lamentável todos os dias. Esses esgotos estão funcionando bem
pertinho do poço da Cosanpa. Também tem muito lixo nesse terreno, restos
de animais e muitas coisas que poluem o meio ambiente e causam
contaminação. Eu tenho muito medo da minha família ou outras pessoas que
moram no local sofrerem algum tipo de contaminação”, alertou a
microempresária Ananda Moreira.
O bairro Nova República, nas proximidades
da BR-163, já foi considerado bairro modelo. Hoje, parte das vias não
tem infraestrutura, principalmente esgoto, que fica a céu aberto,
causando riscos para saúde dos moradores, além de acidentes.
Maria Gonçalves mora há 16 anos na Nova
República. Sua casa fica na Travessa 24, quase cruzamento com a
principal via, a Rua Tancredo Neves. Lá o esgoto aberto se localiza às
margens da rua. “Um dia meu sobrinho caiu da moto ao tentar passar perto
de um desses esgotos. Ele quase quebrou a perna, passou uma semana sem
trabalhar”, lembra.
A moradora atesta: são anos nessa
situação, e anos de promessas de autoridades políticas. “Muita coisa já
foi prometida, mas nada feito até agora”, lamentou.
Além da Nova República, outros bairros de
Santarém também sofrem com a falta de saneamento básico. A situação
pode ser constatada ao andar por algumas ruas da cidade, onde o esgoto
corre a céu aberto. Os moradores não sabem mais o que fazer diante do
problema, que segundo eles é antigo.
“É ruim porque dá mosquito, dá um monte
de coisa, ninguém quer nem ficar muito próximo porque quando desce a
água fede muito. É perigoso até pra nossa saúde”, reclama a doméstica,
Francisca Portela Neves.
Nos bairros mais afastados do centro,
onde falta pavimentação, a lama suja muda completamente o cenário. Em
algumas vias asfaltadas, pela incidência de esgoto que corre, crateras
são abertas.
Segundo o Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia do Pará (CREA-PA), para que o Município reverta essa
realidade, é necessário que uma estrutura seja planejada, contando com
uma reengenharia das coletas de esgoto que têm na cidade.
Na área central de Santarém praticamente
todos os resíduos de esgotos são coletados por meio de galerias
subterrâneas e sem qualquer tratamento são lançados diretamente ao Rio
Tapajós.
No bairro Jaderlândia, na periferia de
Santarém, às proximidades rodovia estadual PA-370, a falta de saneamento
básico também é visível. Para dificultar a situação, as vias também não
são pavimentadas.
A moradora Fátima Andrade, 59, vive há
mais de 20 anos no bairro, mas sempre teve esperança de algo melhorar no
local. Segundo ela, as proximidades da chegada do período chuvoso é uma
grande preocupação. Ela revela que no período chuvoso as águas da chuva
alagam as residências no local. “Agora está melhor, porque consegui
construir minha casa em alvenaria. O piso está bem alto para não entrar
água da chuva, mas a falta de saneamento básico é visível aqui”, contou.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto