segunda-feira, 28 de maio de 2018

Usar Exército é “coisa de governo fraco”, diz Maia

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está criticando publicamente o uso das Forças Armadas na greve dos caminhoneiros.
“A decisão foi errada”, disse ao blog de Josias de Souza, na Folha de São Paulo, na noite de sexta-feira. E completa: “Isso é coisa típica de governo fraco”.
Foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite desta sexta-feira uma decisão que autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia de Lei e da Ordem até o dia 4 de junho.
Elas incluem a remoção ou a condução de veículos que estiverem obstruindo a via pública e a escolta de veículos que prestem serviços essenciais ou transportem produtos considerados essenciais.
Para Maia, o governo não deveria ter ido além do que foi autorizado por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a pedido da Advocacia-Geral da União.
Moraes permitiu que a força fosse usada para desbloquear estradas, mas não mencionou Exército, apenas Polícia Rodoviária Federal, Polícias Militares e Força Nacional de Segurança.
“Foi o que o governo pediu. E seria suficiente”, avaliou Maia. “As Forças Armadas devem ser deixadas para o final, para situações extremas. Mas o presidente parece gostar do simbolismo.”
Maia já havia declarado à imprensa na sexta-feira (25) que o uso do Exército era “desnecessário” e que “as palavras do presidente estão tendo pouca credibilidade com a sociedade”.
Maia é pré-candidato à Presidência da República pelo DEM e sua atuação na greve dos caminhoneiros foi marcada por um erro de cálculo.
Ele defendeu que alíquota do PIS/PASEP e do Cofins fosse zerada para o óleo diesel, o que acabou sendo incluído na proposta de reoneração da folha de pagamento aprovada pela Câmara.
Os deputados divulgaram que a previsão de perda de arrecadação seria da ordem de R$ 3 bilhões, enquanto o governo falava em R$ 12 bilhões.
Maia acabou voltando atrás e admitiu que a perda de arrecadação seria maior do que o previsto, mas em torno de R$ 9 bilhões.
Fonte: Exame.com