sexta-feira, 1 de março de 2019

COMO ENTERRAR SEUS MORTOS???

Os santarenos há anos vêm padecendo para possibilitar um enterro digno aos seus entes queridos que partiram do plano físico para o mundo espiritual. Entra ano e sai ano, e as autoridades municipais, em especial a prefeitura de Santarém, não providenciam um novo cemitério. Até mesmo o que estava sendo alternativa, uma vez que os campos santos da área central apresentam superlotação – o cemitério da comunidade de Mararú, já apresenta estado de saturação. Informações, que na SEMMA, está sendo encaminhado o licenciamento para cemitérios particulares. Acreditamos que seja necessário, porém, como fica a situação das pessoas carentes, que não possuem condições para arcar com as despesas decorrente de um enterro no cemitério particular?
Aqueles que costumam prestar homenagem aos finados, seja no mês de novembro, ou em qualquer dia do ano, são obrigados a enfrentar uma verdadeira maratona, em competições comparadas às modalidades como: corrida com barreiras e saltos nas suas diversas vertentes. Não existe espaço para nos deslocarmos entre as sepulturas. A solução é desrespeitar o espaço santo, pisando em cima dos jazigos, por vezes, construídos com muito carinho.
Tal situação também dificulta as últimas homenagens. Para começar, antes de chegar na sepultura onde o morto será enterrado, aqueles que carregam o caixão precisam fazer verdadeiro malabarismo, deslocando o caixão de um lado para outro, desviando dos sepulcros, subindo e descendo. A narração do morto, certamente seria de que ele estava se sentindo como se estivesse andando em uma montanha-russa. Na descida do caixão, tradicionalmente  cantam hinos, fazem orações e preces, e para acompanhar tudo, os presentes são obrigados a ficarem sobre a sepultura alheia.

A população, por meio deste colunista, faz um apelo para que o tema seja tratado como prioridade na agenda do governo municipal. É um absurdo, a negligência até então estabelecida perante esta demanda da sociedade. Os governantes devem praticar a empatia diante das causas que afetam especialmente os menos favorecidos. Vereadores, suas atuações têm de ir de encontro às necessidades da população, que em sua maioria, já está descrente nas intervenções suas, diante dos problemas que assolam os munícipes. Dizem: “Eles não estão nem para os vivos, imagina com os mortos, que não votam mais”. Todos merecem ter um enterro digno, com espaço adequado, pois sabemos, que a única certeza da vida, é a morte.