sexta-feira, 7 de junho de 2019

Acusado de mortes em Belterra confessa triplo homicídio

A Polícia Militar foi informada, e fez a abordagem. Mauro estava de posse de uma arma de fogo, e várias armas brancas em uma bolsa. Ele foi conduzido à Seccional de Polícia Civil, onde prestou depoimento. A mãe e seu filho foram para um abrigo.
“Conseguimos informação que ela [mãe do Mauro] teria um benefício a ser recebido, durante esse período do mês, e esse foi justamente o motivo que os levaram a sair do mato, segundo o relato que foi apresentado. Eles saíram em busca de sacar esse benefício, já tinhamos entrado em contato com as instituições para que se houvesse qualquer tipo de tentativa de sacar esse benefício, fôssemos avisados de imediato. Diante desta perspectiva, intensificamos as buscas na cidade e foi isso que propiciou a guarnição da PM, na madrugada de hoje, recebendo a informação e averiguando, percebendo que três pessoas estavam andando nas proximidades da entrada do bairro da Matinha, com as características dos indivíduos que estavam sendo procurados, fossem localizados, posteriormente identificados. E aí o Mauro recebeu a voz de prisão, tentou esboçar alguma reação, mas diante de todo o preparo da equipe da Polícia Militar, não houve essa possibilidade, e daí então o Mauro foi capturado. Graças a Deus conseguimos encontrar a mãe com vida, o filho mais velho com vida. O acusado encontra-se transtornado e desequilibrado”, informou o superintendente da Polícia Civil, delegado Jamil Casseb.
Para o comandante do Comando de Policiamento Regional (CPR-I), Coronel André Carlos, a colaboração de vários segmentos da sociedade propiciou que a operação obtivesse êxito.
“Avalio como extremamente positiva. Uma missão que realmente demonstrou a qualidade dos profissionais da área de segurança pública de Santarém e região, digo Santarém e região por que abrangeu agentes das Polícias Civil e Militar de Belterra, Mojuí dos Campos e Santarém. Considero muito positivo essa união, essa integração, inclusive com Corpo de Bombeiros, pessoal do NIOP e PRF quando era acionada também, atendia prontamente. Ressaltar e agradecer os gestores municipais de Belterra e Mojuí dos Campos, vereadores e os empresários que nos deram todo o suporte de alimentação, comunicação, isso foi fundamental para que essa missão tivesse desfecho favorável, e mais importante, que essa situação toda, que mexeu com a rotina naquelas comunidades. Os alunos estavam sem aula, todo mundo em alerta, todo mundo com medo. Temos de mencionar também o apoio das comunidades com informações, infelizmente algumas informações desencontradas, mas entendemos, como mencionou o delegado Jamil, eram pessoas que estavam querendo colaborar, e assim, chegava informação e não tinha aquele filtro para saber se era verdade ou não, mas o fato é que tudo colaborou para que esse desfecho agora tivesse sido com êxito”.
TIRO ACIDENTAL: Causou surpresa para a polícia e membros da imprensa que estavam na Seccional de Polícia Civil, na manhã de quinta-feira(6), o relato de Mauro Barrozo Braga, acusado de ter matado 3 pessoas da mesma família, na comunidade do Paca, no interior do município de Belterra.
Segundo afirmação de Mauro, a morte do seu filho de 10 anos foi causada por um tiro acidental. O irmão da criança, um adolescente de 14 anos, recarregava a espingarda, quando houve o disparo que atingiu a vítima no rosto.
No fim da manhã, o menor confirmou ao delegado Willian, titular da delegacia de Belterra, que presidente do inquérito, que realmente houve a situação do disparo acidental.
A morte do filho menor de Mauro, teria desencadeado um surto psicótico que o teria levado a matar as três pessoas no Paca.
Em oitiva, o assassino confessou ter matado Pedro Hélio Boscheto, 64 anos; Douglas Boscheto de Paula, 12 anos; e Raimundo Silva de Paula, de 43 anos, no dia 27 de maio.
Como motivação alegou questões relacionadas a disputa de terras, bem como um fato passional. De acordo com ele, Pedro e Raimundinho (vítimas) teriam envolvimento amoroso com sua ex-esposa, quando eles ainda eram casados.
A SURPRESA: As quatro mortes, da então chacina da Comunidade do Paca, tinham como executor Mauro Barrozo, inclusive do seu próprio filho. Após diligências nas comunidades, uma das hipóteses levantada era de que o filho do acusado teria sido morto por meio de uma emboscada, quando o próprio Mauro, a mãe e os dois filhos estavam em fuga, depois que Mauro matou as três pessoas no Paca.
Esta versão estava sendo trabalhada pela polícia, quando na manhã desta quinta, na coletiva de imprensa, em entrevista, ele falou que a morte do seu filho, foi devido a um disparo acidental.
LAUDOS DAS PERÍCIAIS SERÃO DECISIVOS: Conforme o superintendente da Polícia Civil, as duas versões sobre a morte da criança de 10 anos, filha do assassino confesso, serão confrontadas com o resultado dos laudos. Apesar do adolescente ter confirmado a versão do pai, de que teria atirado acidentalmente e atingido fatalmente o irmão, os horários das mortes e os tipos de arma utilizadas nos crimes, darão o direcionamento para as investigações. Os apontamentos da perícia sobre a cronologia dos acontecimentos, serão fundamentais no desfecho do caso.
SURTO PSICÓTICO: É grande a possibilidade, de que a morte do filho de Mauro, por um tiro acidental, tenha desencadeado um surto psicótico que o levou a matar as três pessoas na comunidade do Paca. Conforme o próprio assassino narra, ele tinha desentendimento com as vítimas, Pedro e Raimundinho.