segunda-feira, 3 de junho de 2019

Moradora do Santarenzinho denuncia Igreja Assembléia de Deus

“Eu trabalho a semana inteira e preciso descansar, mas essas pessoas que são seguidoras dessa Igreja ligam o som em alto volume e tiram o meu sossego”, denuncia a trabalhadora.
Porém, segundo ela, para complicar a situação, há dois meses, durante uma forte chuva, o muro que divide sua casa da área da Igreja desabou, ocasionando vários problemas, principalmente com a invasão da água da rua, no quintal de sua residência.
“Foi horrível no dia que o muro desabou. Sorte que não tinha ninguém da família perto, porque poderia ter ocorrido uma tragédia. Por causa disso o quintal da minha casa está todo alagado com a água que vem da rua e entra por onde deveria ter o muro”, aponta Nazaré.
De acordo com ela, desde o dia da queda do muro, o quintal de sua casa está inundado, onde os prejuízos já ultrapassaram R$ 10 mil.
“Eu, com minha irmã, perdermos praticamente tudo o que a gente tinha dentro de casa. Os prejuízos foram enormes e tenho certeza que essa Igreja não vai nos ressarcir”, argumenta Nazaré.
Ela revela que além do prejuízo com bens materiais, seu filho entrou em estado de choque, com o barulho ocasionado pela queda do muro.
“O meu filho quase morreu com o  susto. Ele passou a madrugada inteira sem falar com ninguém. Fiquei com muito medo de perder meu filho. Eu tive que mandá-lo pra casa de parentes, enquanto as coisas melhoram aqui”, contou Nazaré.
Para ela, a Igreja tem culpa em toda essa situação, por ter construído o muro de forma clandestina. “Os Bombeiros vieram aqui e avaliaram que esse muro não deveria ter sido construído sem o acompanhamento de um engenheiro civil. O que eu quero, é que essa Igreja tome providências e construa outro muro. Só que agora, de forma correta!”, exclama Nazaré, ressaltando que até o momento, nenhum membro da Assembléia de Deus lhe procurou para dialogar sobre os problemas, para buscar a solução cabível.
“Até o momento ninguém da Igreja veio aqui em casa. Eu estou disposta a dialogar com eles pra gente solucionar esses problemas. O que eu quero é a solução pra tudo isso!”, complementou.
ÁREAS DE RISCOS: A chuva chega para amenizar o calor na Amazônia, mas ao mesmo tempo traz consigo alguns problemas – seja com alagamentos, enxurradas e até mesmo deslizamentos de encostas e morros. Serviços preventivos tentam minimizar os danos às cidades e, em Santarém, a Defesa Civil Municipal está monitorando as chamadas áreas de riscos. Entre as áreas de riscos, podemos citar a Serra da Matinha, área do PAC no Uruará e Área Verde e os bairros Caranazal/Mapiri (áreas às margens do rio/lago).
Um dos maiores problemas constatados em bairros da zona urbana é a quantidade de lixo descartado de forma irregular que acaba entupindo bueiros. Consequentemente, quando ocorrem chuvas, as ruas alagam porque não há por onde a água escoar. As pessoas que tiverem a percepção do perigo iminente, devem acionar a Defesa Civil assim que perceberem que a moradia corre riscos. Elas são os primeiros fiscais. Por trabalhar com escala, a Defesa Civil orienta que em caso de emergência o Núcleo Integrado de Operações (Niop) seja comunicado. O órgão acionará uma equipe plantonista do Comdec.
Em abril deste ano, uma visita técnica da Defesa Civil Municipal constatou que 15 famílias estão em áreas de riscos no bairro Ipanema. O objetivo da ação da Defesa Civil no bairro Ipanema foi para sensibilizar e orientar as famílias que se encontram em locais de riscos com possibilidade de desmoronamento em caso de desastres naturais. São famílias que estão em áreas vulneráveis, sem falar que foram constatadas residências em condições muito precárias. Esse levantamento em áreas de risco se estende a outros bairros de Santarém, como no bairro Matinha, onde famílias ocupam locais irregulares.