
O grupo criminoso que explodiu a agência do Banco do Brasil em Cametá, atacou o quartel do 32º BPM, destruiu viaturas, usou reféns como escudos humanos, que foram torturados psicologicamente e um executado com tiro na cabeça, e aterrorizou a cidade com uso de armas de guerra, não conseguiu roubar o dinheiro. Conforme o gerente local do BB, explodiram o cofre errado.

O bando saiu da cidade por volta de 1h30 da madrugada, em dois carros com reféns, liberados na altura do Km2 da BR-422, no sentido Tucuruí. As forças da Segurança Pública e Defesa Social do Pará montaram barreiras na tentativa de frustar a fuga, na ponte do Curimã, mas ela foi transposta pelos meliantes, e na altura do Km 13, na ponte do Cupijó, onde havia a segunda barreira, os bandidos confrontaram uma guarnição da PM. Mesmo com troca de tiros a polícia não conseguiu prendê-los. Por volta das 02h30 chegou o apoio de duas equipes da Rotam Belém e do GTO de Abaetetuba, além do BOPE, unidades especializadas que continuam em diligências pela região, mas até agora ninguém foi localizado nem preso.
Em torno das 2h45 um dos veículos usados pelos assaltantes foi encontrado abandonado no Km 40, próximo à vila de Pau Rosa, de onde teriam seguido em outro veículo. Ao todo, sete carros já foram encontrados, um deles cheio de explosivos. Helicópteros e embarcações das Polícias Civil e Militar do Pará são usados nas buscas, ainda infrutíferas.
Os moradores de Cametá e de toda a região estão amedrontados, a cidade está um caos, nem supermercado abriu hoje, e o sinal de internet é ruim. O trânsito está infernal, com caminhões de carga parados. Ninguém pode sair dos municípios, por causa dos bloqueios e do perigo iminente. Milhares de parentes e amigos dos que vivem no Baixo Tocantins estão em grande aflição.
Quem acessa o site do Governo do Estado pensa que nem é aqui o desenrolar desse drama, não há uma linha sequer. Apenas o governador Helder Barbalho, em atitude assertiva, tem postado informações em suas redes sociais e se deslocou com a cúpula da Segurança Pública e Defesa Social para Cametá. É da máxima importância a presença do Estado na região, que há anos vem sendo dominada por traficantes e milicianos, que submetem a população de todos os municípios ao pagamento de mensalidade em troca de suas vidas e impõe a lei do silêncio.