quinta-feira, 12 de maio de 2022

ESCOLA DA FLORESTA / SANTARÉM(PÁ)

Conheça um pouco da história da Escola da Floresta pelo olhar do Jornalista Victor Sousa, filho da Região, Eixo Forte.

Esqueça a imagem de sala de aula padrão, com giz, quadro negro e paredes. Na Escola da Floresta, em Santarém, a paisagem exuberante faz parte da sala de aula. Encravada dentro da Área de Proteção Ambiental Alter do Chão, o centro de ensino não funciona como uma escola normal, mas como um espaço para receber turmas escolares em visitas guiadas e exposições complementares às matérias correntes que os estudantes estão tendo em sala de aula.

É assim desde 2008, quando a escola foi criada, em terreno que antes pertencia ao Conselho Nacional das Populações Extrativista (CNS). No local, já funcionou projetos de proteção ao Peixe-boi e até um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), antes de ser descontinuado e a área ser cedida à Prefeitura de Santarém.
“[A Escola da Floresta] atende alunos da rede municipal, estadual, federal, particulares, universitários, turistas e sociedade civil organizada”, explica Márcia Mota, professora e educadora ambiental que faz parte do quadro de educadores da Escola da Floresta, além de ser suplente da APA Alter do Chão.



Saberes tradicionais

Há 14 anos a unidade busca aliar a educação ambiental aos saberes tradicionais para a conservação do meio ambiente, tendo como base pedagógica os pilares do conceito de desenvolvimento sustentável. Inaugurada em 2 de junho de 2008, a instituição funciona dentro de uma mata nativa secundária que ocupa uma área de 33 hectares.

“A educação ambiental não é mais e nem menos importante do que nenhuma outra, ela faz parte da formação integral do nosso aluno. Então o que nós ensinamos primeiramente é a adquirir novos hábitos, porque é muito difícil chegar com alguém e convencê-los a mudar tal coisa, é preciso dar a essa pessoa a oportunidade de adquirir novos hábitos, a sensibilização é o cunho educativo, para que cada um que nos visite seja um agente transformador, um educador ambiental mirim, adolescente ou adulto, pois nós pensamos que nunca é tarde para começar a fazer alguma coisa pelo meio ambiente, pois é um espaço que você está inserido, e se você começar a fazer essas pequenas ações, com certeza ela se tornará importante”, diz Márcia.

Além de falar sobre o meio ambiente, a escola também mostra a importância da cultura dos povos tradicionais, por meio da produção de farinha, alimento essencial para as populações amazônicas: “Os educadores explicam os processos da farinha, tecem os materiais com as palhas, ensinam a plantar; nesse ambiente onde está conservado transitam vários animais e ressaltamos a importância de preservá-los. As experiências que os alunos vivem aqui podem ser contadas, multiplicadas, e levadas para as suas comunidades”, conta

Victor Sousa

Natural de Santarém-PA e estudante de Bacharelado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pelo Instituto Esperança de Ensino Superior (IESPES)