Com a chegada das férias escolares, aumenta a prática de empinar pipas, brincadeira que pode causar sérios problemas tanto à rede elétrica quanto à vida das pessoas. De acordo com a Equatorial Pará, foram registradas 1.801 ocorrências, de janeiro a maio de 2023, em todo o estado, por conta de pipas na fiação. O dado representa uma redução de 15,80% em comparação ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 2.139 casos, no entanto, os números ainda preocupam.
Na análise geral de 2022, os números totais foram de 7.031 ocorrências, com os maiores índices registrados nos meses de junho e julho. O executivo de Segurança da Equatorial Pará, Éder Carvalho, explica o motivo das pipas perto da rede elétrica serem perigosas. “O principal é a interrupção do fornecimento de energia elétrica. As pipas causam o rompimento dos cabos pelas linhas que usam cerol, também conhecida por chilena”.
Além disso, as pipas ficam enroscadas na rede elétrica e podem provocar desgastes nos fios, e levar a curtos-circuitos em dias úmidos. “Na tentativa de resgatar uma pipa enroscada na fiação, também pode ocorrer desligamentos no fornecimento, além de causar acidentes. É que, caso a pipa fique presa em um equipamento da rede elétrica, a pessoa pode tomar um choque de até 34.500 volts”, alerta Éder.
Vale lembrar que o uso de cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) ou da “linha chilena” é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro. Além disso, ano passado, o Estado do Pará proibiu o uso, armazenamento, fabricação e venda de linhas com cerol, por meio da lei nº 9.597, de 20 de maio de 2022.
A formulação do cerol pode conter limalha de ferro, substância que provoca curtos-circuitos e choques. Esses tipos de linha também são um risco para ciclistas, motociclistas e a população em geral.
Conscientização
Durante o mês de junho, o “Projeto Pipas”, que tem o patrocínio da Equatorial Pará, percorre 55 escolas do estado com o objetivo de levar conscientização para crianças e jovens sobre os riscos de empinar pipas perto da fiação elétrica. De forma lúdica e educativa, a ação conta com brincadeiras, apresentação teatral e distribuição de gibis com o foco na temática.
Entre as cidades beneficiadas com o projeto estão Belém, Ananindeua, Marituba, Castanhal, Abaetetuba, Capanema, Santarém, Moju, Benevides e Marabá.
Outras orientações de segurança que devem ser seguidas:
– Não solte pipas em canteiros centrais de ruas, avenidas, rodovias ou qualquer lugar onde exista fluxo de veículos;
– Linhas metálicas não devem ser usadas no lugar da linha comum. Nunca use cerol ou a linha “chilena”, elas são proibidas por lei e causam acidentes;
– Não utilize papel alumínio na confecção da pipa. É perigoso, pois este material em contato com os fios provoca curtos-circuitos;
– Caso a pipa enrosque nos fios, é melhor desistir do brinquedo. Tentar recuperá-la representa sério risco, assim como tentar remover a pipa com canos ou bambus;
– Não solte pipa em tempo nublado, principalmente se tiver com chuva. Ela pode funcionar como para-raios, conduzindo energia;
– Não é indicado subir nas lajes das casas para empinar pipa, qualquer distração pode causar uma queda;
– Tenha cuidado com ciclistas e motociclistas, pois as linhas não podem ser vistas e linhas de cerol ou reforçadas podem causar graves acidentes.
Comunicação Equatorial
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