Por César Ramos*
Parece que as coisas haviam se invertido no mundo animal. Um leão de sangue azul-marinho foi humilhado por uma mucura e até por uma águia poderosa.
Nesse cenário de humilhação, o leão perdeu seu posto de rei dos animais para a mucura e passou a ser motivo de chacota por outros bichos.
Ficou no ostracismo por um bom período. Até para se alimentar, ele tinha dificuldade. Certa vez, quase morreu engasgado com um carroço de bacuri.
Contudo, os seguidores do leão sempre o incentivaram; jamais o abandonaram; nunca desanimaram; sempre acreditaram que ele voltaria a ser o maior do mundo animal, o verdadeiro rei da selva.
Esse apoio deu força para o leão não desistir da sua vida e da missão de liderar os animais. Ele manteve a esperança viva.
A vida deu voltas e surgiu a oportunidade do leão retomar seu posto de rei dos animais. Para tanto, ele precisaria participar de uma competição com outros bichos. Era a chance que ele tanto esperava. E soube aproveitá-la.
Com efeito, o leão enfrentou e venceu tigres, jacarés, lobos, outros leões e, principalmente, a mucura que o humilhou e tomou seu lugar de rei.
Mas, para retomar seu status quo ante, o leão precisava vencer um atrevido periquito do serrado na batalha final.
Pois bem. O encontro dos dois ocorreu num campo cercado por grandes mangueiras sob o olhar atento de inúmeros bichos que foram lá apoiar o leão.
A duelo começou e, logo no início, o periquito deu uma bicada num olho do leão, quase o cegando. Esse golpe, em vez de abatê-lo, deu-lhe mais garra.
Mesmo feriado, o leão conseguiu dar três fortes patadas no periquito, que ficou zonzo, sem saber para onde fugir, pois corria o risco de ser devorado.
O leão venceu seu desafiante e voltou a ser temido por todos os bichos, mormente pela mucura, que, na mesma competição, foi um saco de pancadas de todos os outros animais.
E foi assim que os bichos recuperaram a consciência de que, na Província do Grão-Pará e na região Norte do Brasil, o verdadeiro rei da selva não é uma mucura, e sim é o leão azul cujo criador foi Antônio Baena.
O Impacto
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