sábado, 27 de junho de 2009

Jornalismo, Diploma e Liberdade


Por: José Wilson Fonseca( Coluna - O Impacto)

O Supremo Tribunal Federal acaba de confirmar plenamente a tese de meu livro “Jornalistas sem Diploma”, publicado em 1995, com prefácio do então Ministro Presidente do TST, Orlando Costa.
Tive a honra e a perspicácia de ser o primeiro Juiz, no Brasil, a decidir contra a exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista, salvo determinadas atividades dentro da carreira que devem, sim, passar pelo curso superior.
Isto é notícia em diversas partes do território pátrio.
Mas se tenho um justo orgulho, quero dizer que cumpri com minha missão de interpretar a lei e agora devo recolher-me com a consciência do dever cumprido perante a sociedade, e nada mais.
O Juiz não deve procurar, de maneira indiscriminada, os holofotes e foi o que sempre fiz enquanto na ativa.
Mas o que quero destacar aqui, mais uma vez, é o imenso e inimaginável valor que a liberdade de imprensa possui para a consolidação da liberdade.
A história nos tem mostrado que uma das primeiras coisas que os ditadores de plantão fazem é cercear a imprensa, é tentar amordaçar os jornalistas.
Com profunda tristeza vemos de novo isto acontecendo no Irã, quando a internet, as comunicações telefônicas, os jornais e os próprios profissionais são censurados, expulsos para que o mundo não tome conhecimento das barbaridades.
Mas a história nos tem mostrado, também, que, mais dia menos dia, tudo vem à tone e os salvadores da pátria, os que exercem mandatos em seu favor e não em prol do povo são desmascarados.
Como bem sabe o leitor, esses que se autodenominam donos do povo, como aconteceu na Alemanha nazista, na China, vem acontecendo em Cuba, no Irã e em outras partes do mundo, ou utilizam a imprensa para fazer promoção pessoal ou do regime ou consideram perniciosos os jornais, revistas, televisões.
O mundo que entrou agora no limiar do século vinte e um não mais se conforma com as consciências algemadas, com portas fechadas, com escuridões e coisas do gênero.
E a imprensa tem grande responsabilidade e importância no mundo melhor que todos queremos, pois grita, denuncia e por bem ou por mal, de uma maneira ou de outra, derruba ou enfraquece os grandes tiranos ou tiranetes que passam à história com triste memória.
É sabido que a imprensa coloca no poder e também tira do poder.
Daí que a necessária liberdade deve ser auto-fiscalizada para que não degenere e não exagere, pois, afinal de contas, quer queiramos ou não ela é, no dizer do Lorde Macaulay, o quarto poder
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