sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O CARTÃO VERMELHO DO SUPLICY

Artigo - José Wilson

Não é a minha especialidade comentar fatos políticos.
Mas esta semana aconteceu um episódio que me deixou com a pulga atrás da orelha.
Aprendi, por necessidade profissional, que é necessário muitas vezes rejeitar noventa e nove verdades a aceitar uma mentira.
Em determinadas situações, dizem os mentirosos, a mentira facilita a vida.
Todo mundo lembra aquele personagem do programa global que diz a verdade o tempo todo e se torna inconveniente e até mesmo temido.
Os americanos chamam essa “forma elaborada” de comunicação de “mentiras brancas”.
Aqueles que sempre dizem a verdade são considerados irremediavelmente ingênuos ou, na gíria, “verdadeiras malas”.
Além disso, eles facilmente ganham inimigos. Calcula-se que uma mentira vem aos nossos lábios cerca de 200 vezes por dia, em média uma a cada cinco minutos.
Não acreditam? Então comecem a observar.
Ou seja, o que vigora, mesmo, é o famoso princípio do “me engana que eu gosto”.
Quem já não disse para outra pessoa: “Você está com uma aparência excelente”, quando na verdade, o interlocutor está em estado físico lastimável.
Ou então, ao celular, dentro da sala do escritório: estou na rua, quando chegar lá, te ligo.
De certa forma, por incrível que pareça, em certas circunstâncias a mentira serve para atenuar impactos, para evitar brigas, para livrar de situações embaraçosas etc, neste nosso mundinho hipócrita.
Só não concordo com a mentira deslavada, aquela irresponsável, insensata, que prejudica e pode até mesmo acabar com uma vida.
Ontem vimos o respeitável Senador Suplicy subir ao palanque, com a voz embargada, em gestos que denotavam grande indignação, acenar o cartão vermelho para cima do senil e esperto presidente do Senado.
Não acredito na sinceridade desse tal cartão vermelho. O ilustre parlamentar, no meu entender, apesar de seu currículo invejável, ao “expulsar de campo” o senhor Sarney, em verdade queria e quer causar um impacto na mídia que possa disfarçar a grande perda de seu partido com a saída da Senadora Marina Silva para o PV.
Acho que, de certa forma, o tiro saiu pela culatra, quando um prosaico suco de maracujá foi servido e o presidente da sessão falou que estava com o apito na boca e encerrou o jogo, que, em verdade, estava mesmo sendo disputado mais para a platéia do que em busca de um resultado positivo e convincente.
Um verdadeiro gol contra, que o Senador Suplicy, por seu passado, não merece tomar.
Para encerrar: permitam os leitores que eu divulgue um fato para mim auspicioso. Acabo de ser homenageado com o cargo de SÓCIO EMÉRITO da Associação Brasileira de Jornalistas, entidade nacional que acaba de ser fundada em Brasília para congregar jornalistas de todo o país.
É que meu livro “Jornalistas sem Diploma” foi o ponta pé inicial (já que estamos falando em linguagem futebolística) para a decisão do Supremo, contra a exigência do diploma para o jornalista. Divido a comenda com o meu Estado do Pará.





Da redação: Congratulações pela homenagem, tenho certeza que esta é sincera e verdadeira...