Segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Por: Reinaldo Azevedo
Eu ainda aposto que Ciro Gomes acaba candidato da base aliada ao governo de São Paulo. Afirmo isso desde quando ele descartou peremptoriamente a possibilidade. Tá bom, gente, oK, eu sei que não é nenhuma ousadia apostar no contrário do que diz Ciro Gomes…
Isso dá conta, já escrevi também, da situação miserável em que se encontra o PT de São Paulo. A verdade é que não tem candidato. E, se vocês pensarem bem, tem nome de peso em poucos estados. Para a Presidência, cargo mais importante, Lula teve de inventar uma candidatura. Mas deixo isso para depois. Volto a Ciro.
Pô, se o presidente Lula e parte do PT se mostram dispostos a apoiar um “nome da base” no Estado, mesmo não sendo do PT, eu pergunto: “Por que não Paulo Maluf?” Convenham que seria mais legítimo. Vejam bem:
- Sei que os eleitores de Maluf não veriam com bons olhos a aproximação com o PT em razão de restrições éticas; mas, com o tempo, eles acabariam se acostumando;
- Maluf é adversário dos tucanos;
- Maluf já apoiou antes um nome do PT contra o PSDB - foi na disputa para a Prefeitura que elegeu José Serra, em 2004;
- Se a gente soltar Maluf na avenida Aricanduva, ele consegue chegar em casa. Ciro não conseguiria ainda que tivesse uma residência em São Paulo;
- Maluf tem um temperamento mais dócil; vai que Ciro decida descer do palanque, em Cidade Tiradentes (ele ainda vai saber onde fica), e partir para cima dos manifestantes num daqueles seus rompantes de coronel macho, como já fez na cidade de Carnaubal, no Ceará… Não que meu lado cínico não recomendasse: “Vai lá, Ciro, bate neles!!!”
E o argumento mais forte é este: não há nenhuma incompatibilidade ética entre Maluf e os petistas. Não há nada que Maluf faça de modo um tanto amador e personalista, quase romântico, que os petistas não façam de maneira profissional, metódica e sem deixar rastros.
Há quem diga que Paulo Maluf não se misturaria com tipos como José Dirceu. Bobagem. Seria o que a química chama de “mistura homogênea”.
