Jornal O Impacto: No cargo de presidente da Câmara de Santarém, o senhor percebeu se em algum momento os vereadores de oposição adotaram uma posição mais radical?
José Maria Tapajós: Claro que não. A oposição, inclusive, desempenhou um papel muito importante nesse processo. Eu digo sempre que um parlamento sem oposição é vazio. Lembrando a experiência que tive como Prefeito, eu posso dizer que um governo sem oposição, é sem preocupação. A oposição chama a atenção da população, de que está no Poder, para que juntos possamos discutir e buscar as normas para que possamos juntos buscar rumos acertados a serem tomados, seja no Executivo ou no Legislativo. Tenho que agradecer a oposição que tive enquanto Prefeito, na Câmara municipal e fora dela. E tenho que agradecer à bancada de vereadores da oposição, na Câmara Municipal, ela realmente contribui para que nós juntos pudéssemos chegar a um consenso em favor da população. E assim vamos continuar fazendo no ano de 2010.
Jornal O Impacto: Na condição de parlamentar, como o senhor se sente ao saber que existem políticos envolvidos em escândalos financeiros?
José Maria Tapajós: Infelizmente são situações que causam frustração para os que não são políticos, os eleitores, como também para os próprios políticos. Um exemplo claro dessa frustração vem do futebol, onde o atacante do Botafogo, Jobson, que inclusive brilhou no Campeonato Brasileiro, e que por sinal é paraense, que causou muito orgulho e alegria para todos nós, com uma carreira brilhante pela frente, com passe certo para o time do Cruzeiro e de repente é condenado pela segunda vez pelo exame anti-doping, a ponto do seu time (Botafogo) não ter interesse em recorrer a uma contra-prova, isso deve ter frustrado não só ao time, como também aos torcedores, e também aos desportistas, principalmente os paraenses. Isso também acontece na classe política, como em outros segmentos, onde nós sabemos que infelizmente são passíveis dessas frustrações, essas indignações. Mas nós políticos devemos erguer a cabeça e não deixar que o povo brasileiro perca o ânimo e continue confiante. Nas próximas eleições possam analisar os candidatos e escolher seus melhores representantes. E digo: Quem ficou desanimado, que não desanime e coloque seus nomes à apreciação do povo. Quanto mais opção de candidatos, melhor para a sociedade poder escolher seus representantes políticos.
Jornal O Impacto: Analistas políticos dizem que o PMDB virá com candidatura própria em 2010, tanto a nível municipal quanto no cenário estadual. Qual sua análise sobre este fato?
José Maria Tapajós: Eu acredito que o PMDB tem grandes possibilidades de se firmar com candidatura própria, como também não se descarta o diálogo, as conversações com as demais facções partidárias. Sabemos que existem grupos políticos fortes, além do PMDB. Uma única legenda não consegue vencer pleito nacional ou estadual, muito menos o comando de uma nação através de uma única legenda, ou de um grupo político que queira se manter solitário. Tem que haver união das legendas, dos grupos em torno dos projetos. Se cada facção cogitar em se manter de maneira individual, para depois se preocupar com o social, com o coletivo, será difícil se manter no cenário político. Em primeiro lugar, temos que pensar no que será melhor para o Estado e para o País, para que então possamos buscar as alianças.
Jornal O Impacto: O PMDB fortalecido tem condições de poder decidir eleições no Pará?
José Maria Tapajós: Com certeza. Se o PMDB vier coligado ou figurar como cabeça de chapa, seja no Estado ou na eleição para Presidência da República, ou numa junção de lideranças políticas, com certeza absoluta iremos trabalhar pra sairmos vencedores e fortalecidos neste processo de 2010, se Deus quiser.
Jornal O Impacto: Faça uma análise do ano que está findando. Nós sabemos que para o senhor aconteceram alguns momentos difíceis...
José Maria Tapajós: Graças a Deus, sai vitorioso de tudo isso. Agradeço primeiramente a Deus, por ter nos proporcionado essas condições de estar feliz, curado, depois de uma cirurgia complexa a que fui recentemente submetido. O que eu não posso deixar de registrar é o início do ano, quando assumimos a Prefeitura. Foi um período difícil, com um inverno pesado, atravessamos um período com algumas crises, mas com apoio de amigos, particularmente da minha família, que sempre esteve junto a mim, nós conseguimos vencer. Não posso deixar de registrar o apoio que tive do secretariado na época, e também dos funcionários públicos municipais. Hoje em dia, apesar de ter no início perdido minha mãe e também um primo e alguns amigos, devo dizer que termino o ano feliz, por estar curado, recuperado dessa cirurgia recente e poder contar com meus amigos e na nossa cidade. Sem dúvida alguma, acreditando com muita fé em Deus, de que no ano de 2010 possamos consolidar projetos que não foram possíveis neste ano que se finda. Termino desejando um feliz Ano Novo a todos.
