quinta-feira, 27 de maio de 2010

A ciência do contraditório

UMA HISTÓRIA QUASE REAL...
Depois de quase 30 anos fazendo jornalismo, meu particular amigo Thompsom Mota, me inspira e me faz escrever sobre o assunto. ( fato criado) Quer que eu conte um episódio interessante que tenha visto ou vivido.Terrível ironia! Um quase jornalista escrevendo sobre jornalismo, tendo a própria história como lide. Vai funcionar? Como jornalismo é a arte de encarar desafios, vamos a ele.
Antes, porém, já que falamos em desafios, um conselho grátis aos coleguinhas iniciantes: quem busca segurança e tranquilidade, e não está disposto a enfrentar desafios cotidianos, seria melhor dedicar-se a outra profissão, menos dada ao "inesperado".

Desafio, no jornalismo, como bem cita Thompson, significa esforço de sobrevivência e que o bom profissional não fica desempregado. De fato, aquela ideia romântica do destemido repórter investigativo, cujos furos são aplaudidos pelos donos do jornal, elogiados pelos editores e lhe garantem incontáveis prêmios só existe no cinema.
O que não quer dizer que não seja uma profissão apaixonante como poucas. Na verdade, vicia como droga na veia. Jornalismo é ame ou deixe, e no começo da carreira você já vai ter condições de fazer sua escolha.

Visto sob certo aspecto, o jornalismo é mágico. Ele torna humanos os de coração duro, ensina altruísmo aos egoístas e revela personalidades sensíveis em quem menos se espera. Assim como é capaz de corromper os de pouco caráter, expor os preguiçosos e expurgar os menos companheiros.

A magia, porém, é só um detalhe. O que pesa mesmo é a vida real. E nesta - que é chamada de "profissão do estresse" - não basta ao jornalista matar um leão por dia. É necessário dissecá-lo nos mínimos detalhes, examinar bem todos os ângulos e, com um pouquinho de sorte, encontrar uma boa história. Se conseguir fazer tudo antes de cair a noite, parabéns. Você pode se considerar um repórter.
Lembro de um "foca" que sempre está em minha sala de trabalho. Vinha recomendado "de cima", para ser olheiro e repassar dados a alguém, interessado não sei em que.
E não é que em um certo dia o cidadão que nada captou, sumiu?

Pois bem. Além dos leões diários a serem mortos, vez por outra o jornalista esbarra em algumas dificuldades inerentes à profissão, Thompson sofreu na própria pele. Há a arrogância dos poderosos, a intolerância de chefes recalcados ou mesmo a imprecisão das fontes menos letradas. Tudo isso recompensado com uma remuneração mensal de fazer gosto! Mas e daí? Não éramos tão idealistas na faculdade?

Posso dizer, hoje, que sou um "homem de redação", apelido que se dá aos rinitentes, que conseguiram, sabe-se lá como, ficar expostos à alta pressão por mais tempo. Muitos desistiram, mas eu continuo por aqui. E agora, sem diploma, ai mesmo que me sinto jornalista, não é mesmo ministro?

Por fim, gostaria de afirmar que não duvido de quão árdua deve ser também a vida dos colegas assessores de imprensa, consultores de comunicação, acadêmicos. Enfim, gente que abraçou outras áreas dessa ciência tão complexa. A todos, parabéns pela data, da qual, confesso, eu nem lembrava. Boa sorte e sucesso. No mais, é continuar vivendo a contradição de uma rotina que todos os dias nos traz algo de novo.

Uma homenagem especial em nome de todos os outros, ao mais profissional dos jornalista de Santarém - THOMPSON MOTA, pela passagem do DIA DA IMPRENSA que ocorre no próximo dia 1º de Junho e  DIA NACIONAL DA LIBERDADE DA IMPRENSA, que ocorre em 7 de junho.

( J.Colares)

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