Por: Carlos Cruz
E a praça Tiradentes está se acabando, seus tristes e últimos dias de agonia passam despercebidos pelo poder público municipal. Quem não lembra dos espetáculos de Sexta-feira da Paixão, quando era encenada a peça “Paixão de Cristo” no anfiteatro que ficava em lugar de destaque na Praça? Saudosismos à parte, o que resta da Praça na verdade são apenas as recordações. Para falar a verdade, o que sobrou de um dos mais bonitos logradouros públicos de Santarém, não dá para fazer poesia, resta um sentimento mais profundo, lamentar. A verdade é que o estado de penúria com que a Praça Tiradentes foi relegada faz com que não só os moradores, mas ex-freqüentadores do local reclamem do completo estado de abandono da Praça Tiradentes, localizada na Avenida Tapajós, no bairro da Aldeia. Pessoas que moram próximo ao logradouro denunciam a falta de manutenção e a presença de bandidos durante a noite. De dia, o local serve para abrigo de desocupados, papudinhos e serve para alojar trailers e barracas que são instaladas sem organização.
Para os moradores e saudosistas dos velhos tempos de glória da Praça Tiradentes, o atual estado do local de encontro de famílias e amantes apaixonados, afugenta e põe em risco as pessoas.
A praça, que já foi o tradicional ponto de encontro e referência cultural da cidade de Santarém durante a década de 90, sofre com o descaso do poder público. O mato toma conta de quase toda sua extensão, os brinquedos, enferrujados, não servem mais para as crianças, pois, agora, representam um risco de alguém contrair tétano. Para piorar, a praça vem sendo tomada, gradualmente, por bares, que à noite tocam música alta, atormentando a vida dos moradores.
“Hoje, além dos bares e das pessoas que ficam bêbadas e promovem arruaças, sofremos constantemente com a ação de marginais e de jovens que usam este espaço para usar drogas e fazer sexo. A partir das oito da noite, já não é mais possível transitar em segurança por aqui”, relata Angelina Pontes, 55 anos, vizinha da praça há 18 anos.
Homens do 3º BPM fazem rondas diárias no local. Mas o policiamento, segundo os moradores, não é suficiente para coibir a ação de bandidos. À noite, por conta da escuridão, os bandidos agem sem ser perturbados. Garçons de uma famosa pizzaria falam do medo que sentem ao sair do trabalho, depois da meia noite. Eles engrossam o coro dos moradores e pedem solução às autoridades municipais, a quem de direito.
Se continuar dessa maneira, entregue ao abandono e à sua própria triste sorte, a Praça Tiradentes vai estar apenas nas recordações dos mais saudosistas, em fotos antigas, nas letras das músicas e nas poesias e nos cartões postais de antigamente. No local vão restar apenas ruínas de uma cidade que não soube preservar um de seus patrimônios culturais.
Cais da Praça Tiradentes em precárias condições - O Cais que serve para embarque e desembarque de Cargas e Passageiros, localizado na Praça Tiradentes, em Santarém, não tem mais condições de receber o mesmo fluxo de pessoas e cargas que antes comportava. E tudo isso por falta de manutenção, que deveria ser feita pelos órgãos competentes, porém, o que deveria ser feito para beneficiar o Cais, caiu no esquecimento. Do jeito que está inclusive a Capitania dos Portos com seu pessoal de fiscalização, tem dificuldades para realizar seu trabalho, a exemplo dos outros órgãos que atuam na área do Trapiche Municipal, instalado nas imediações da Praça Tiradentes.
Carregadores e passageiros se encontram de maneira perigosa nas horas de maior movimento, fazendo com que a área de embarque e desembarque se transforme em formigueiro humano sem o mínimo de segurança aos seus usuários. Para se ter uma idéia da falta de segurança que predomina na área do Cais, é importante lembrar que, por diversas vezes os carregadores que trabalham na área sofreram acidentes, alguns fatais, quando foram atingidos pelos caminhões que fazem manobras no local apertado por cargas e pessoas.
Tudo isso e mais a falta de infra estrutura que deveria ser feita, através da construção de rampas adequadas na área, e asfaltamento da área de acesso ao local onde ficam atracadas as embarcações que saem com destino aos municípios vizinhos e até para as capitais, Belém e Manaus.
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