sábado, 7 de maio de 2011

Jatene não quer população contaminada pela escolha plebiscitária‏

Simão Jatene não admite que plebiscito esteja associado a qualquer tipo de processo eleitoral

Contaminação, no seu mais simples significado, é a transmissão de uma doença contagiosa ou vício, algo impuro do qual se quer distância. Esta palavra norteia o pensamento do governador Simão Jatene, sobre a aprovação do Plebiscito do Tapajós e Carajás. Está disponível para quem quiser ler, a matéria da Agência Pará. A contextualização está colocada ipsis litteris: O Governador também não admite que o plebiscito esteja associado a qualquer tipo de processo eleitoral, para que esse expediente não seja contaminado por outros interesses.
Outra expressão que não é usual em governos democráticos é não admitir, sobre algo, que não lhe compete. O processo eleitoral é um recurso cheio de falhas, mas é o único menos nocivo à democracia. Afinal de que contaminação o Governador está falando?
 Se for pelo direito que nos foi outorgado, para em processo livre e democrático, decidirmos sobre o que entendemos ser melhor para nós, então, queremos sim, Governador, ser contaminados e até inebriados, pela sensação de poder vislumbrar dias melhores.
A nota coloca em destaque aquilo que parece ser uma preocupação: “A população deve ter total clareza do que vai escolher e suas reais consequências”. Por um “lapso de memória”, Jatene esquece que a consulta plebiscitária não vai ter versão unilateral.
Haverá sim e muita gente durante a campanha, colocando argumentos contrários ao processo de emancipação política. Que venham, mas com a rejeição ao atual modelo de gestão pública, centralizada na capital, estaremos livres dessa contaminação.
O Governador subestima com a sua pretensa preocupação o raciocínio da população do Oeste do Pará. Será que não tivemos discernimento ao darmos ao nobre Simão Jatene valiosos 90 mil votos na última eleição para Governador? Lembra, Governador, que na eleição anterior o senhor foi rejeitado, pelo fato dos eleitores santarenos aliarem a sua imagem à do então governador Almir Gabriel?
Naquela ocasião, a população estava certa, mais do que o senhor que, só depois nos deu razão, portanto, a sua verdade não é absoluta. Deixe o povo decidir e demonstre seu “espírito democrático de homem público”. Então, deixe a população ser protagonista e não adjuvante, se de fato, é isso que pensa.
Pra quem quiser ler, segue a íntegra da matéria da Agência Pará, de onde retiramos expressões literais que respaldaram este comentário:
Da Agência Pará:
O governador Simão Jatene acompanha com o máximo interesse os desdobramentos da proposta de desmembramento do Pará, para criação dos Estados de Carajás e Tapajós.
Nesta quinta-feira [ontem, 5], a Câmara Federal aprovou a realização dos plebiscitos que, por lei, devem anteceder a possível criação das novas unidades da Federação.
Simão Jatene é totalmente favorável ao recurso do plebiscito, mas adverte que a consulta à população, por si só, não encerra o assunto e nem contempla o processo democrático de forma integral
Para o Governador, deve ser feita uma ampla campanha, destinada a esclarecer a população sobre as ameaças e oportunidades da divisão do Estado.
“A população deve ter total clareza do que vai escolher e suas reais consequências”, ressalta Simão Jatene.
O Governador também não admite que o plebiscito esteja associado a qualquer tipo de processo eleitoral, para que esse expediente não seja contaminado por outros interesses.
No caso de Carajás, será promulgado um decreto legislativo e o plebiscito terá de ser feito no prazo de seis meses.
O projeto que prevê um plebiscito sobre a criação do Estado do Tapajós ainda voltará ao Senado. Neste tempo, acredita o governador Simão Jatene, é necessário um esforço pelo esclarecimento das populações envolvidas acerca dos benefícios ou prejuízos que podem advir deste processo.
“A população deve ser protagonista, e não coadjuvante diante de uma decisão desse porte. Para isso, precisa ser devidamente informada sobre todos os ângulos possíveis”, reitera Simão Jatene.(Impacto-Online)