sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quando o SIM quer dizer NÃO

Quando uma pessoa diz “Não”, querendo dizer “Sim” é charme. Agora quando as pessoas dizem “Sim”, querendo dizer “Não” o recado é outro. É o que acontece nesse momento pré-plebiscito pela redivisão territorial do Estado do Pará. O “Sim” representa todo um sentimento negativo que o povo vem nutrindo ao longo de décadas de abandono e descaso dos governos paraenses. É a primeira vez que o povo será consultado numa decisão tão singular. Nunca antes na história desse país se perguntou ao povo, legítimo dono dos votos que elegem e dão poder, se desejaria fazer mudanças tão profundas no amálgama da sua terra, no tecido da sociedade em que vive. O plebiscito, não se enganem, é separatista mesmo. Só que ele seria desnecessário se os homens e mulheres do Estado do Pará tivessem observado um mínimo de boa vontade para com as regiões emancipandas nesses anos de sofrimento e ausência.
É profundamente segregador relegar uma parcela importante de qualquer lugar a um terceiro plano, deixando-a ao ‘deusdará’ e à própria sorte. O que vem acontecendo comumente anos a fio sem a menor cerimônia. As ultimas eleições para governador no estado já tiveram demostrações cabais de plebiscito. Quando se disse “Sim” a Jatene, se disse “Não” à Ana Júlia Carepa. Pois agora esses dois líderes políticos estão do mesmo lado: ambos votam pelo “NÃO”. O que é muito fácil para eles, uma vez que, talvez inconscientemente, sempre negativaram decisões que seriam favoráveis às regiões sul e oeste do Pará. “Trabalham” apenas próximo das eleições, porque, dizem, o povo tem memória fraca. Ei, seu Simão, ainda lembramos dos NÃOS que nos diziam quando criança…
O ausência do poder público estadual nessas regiões só não é pior porque em época de eleição voltam um olhar de soslaio para o eleitorado tapajônico e carajaense, que pode decidir – como decidiu – uma eleição. Nesses momentos de mimos e afagos fisiológicos distribuem-se migalhas de escolas, restos de asfalto, pedaços de hospitais e sobra de verbas de campanha. Como quem tá morrendo afogado se agarra até com jacaré, eleitores aceitam esses agrados que não duram o tempo de transição e já nas próximas chuvas o asfalto esfarela, a escola cai, o hospital fica inacabado e os parcos recursos se diluem em pouco tempo. Resultado, sobra frustração, sensação de abandono e a cabeça cheia de perguntas sem respostas.
No entando, o povo nunca precisou dos políticos para inventar uma esperança nova a cada novo desafio. Os políticos já esgotaram seus estoques de demagocia e ilusões esfarrapadas. Nós, o povo, não! Ainda sonhamos e acreditamos que podemos resolver essa parada criando um novo movimento. Sabemos desde muito cedo o que significa a palavra NÃO. E não gostamos quando nos dizem com todas as três poucas letras que estamos desautorizados a ousar.
O NÃO significa que quem manda é quem tem o poder de falar de cima para baixo; o NÃO informa que a solução inexiste e, portanto, se virem! O NÃO quer dizer que aquilo que desejamos saiu do cardápio e indisponível na prateleira. E que diante dessa realidade dura e cruel você dever dar o seu jeito. A diferença no caso de um plebiscito, como é o caso de 11 de dezembro, é que o voto do Jatene, da Ana Júlia, da Fafá de Belém, do Ganso, do Zenaldo Coutinho e do Arnaldo Jordy tem o mesmo peso que o do Raimundin da Ambulância, do Miquinha da Palmares, do Ézio, do Zé, da Fátima, da Rosangela Alves Ribeiro e milhares de outras pessoas daqui e do Tapajós que agora querem mostrar como é que se diz SIM para quem sempre nos disse NÃO.
Ainda lembro dos tempos de namoro, momentos cheios de promessas, quando a menina fazia charme. Agora a história é outra. É hora de encarar a realidade: o sonho de um Pará Grande Acabou. A C A B O U ! Vamos dizer SIM para um Novo Estado e começar uma Nova História. Uma história onde o SIM prevalecerá.
E SIM que dizer TEM JEITO; SIM quer dizer PODEMOS; SIM quer dizer ACEITO.
Boa semana a todos!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário