Lago do Juá e rio Tapajós estão ameaçados
Fiscais do Ibama estiveram na tarde da última sexta-feira, dia 23, no empreendimento da empresa Buriti, que está sendo construído em uma área da Rodovia Fernando Guilhon, às proximidades do Lago do Juá, em Santarém, Oeste do Pará. Conforme o chefe de fiscalização do Ibama em Santarém, Tiago Jara, foi identificado, através de imagens de satélites, um grande foco de desmatamento naquela área.Realmente, uma grande área desmatada pode ser vista a olho nu, porém, a precisão do satélite, registrou que o prejuízo ambiental no local do empreendimento é bem maior. Informações colhidas por nossa reportagem são de que no local já existe cerca de 300ha de área desmatada, sendo que a licença dada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) é para mais de 1 mil hectares, o que presume-se que existe um projeto da empresa Buriti para desmatar ainda mais a referida área.
Segundo análise de engenheiros florestais e outros técnicos ambientais, a SEMMA quando liberou a Licença não previu as condicionantes da obra. Em relação à área de APP, a obra está protegida, mas do ponto de vista macro-ambiental a obra não está correta, tinha que ter EIA-RIMA, haja vista que coloca em perigo o lago do Juá e, consequentemente, o rio Tapajós.
Quando a chuva começar a cair não se sabe para onde a água vai escoar, bem como não se preocuparam em construir um muro de contenção para não deixar a areia que vai descer nas enxurradas da chuva avançar para o Lago do Juá, sem falar na Rodovia Fernando Guilhon que será invadida pela lama e tornará a pista lisa e perigosa para quem trafega por ela, principalmente no período da noite, onde não existe iluminação.
Outro ponto a ser questionado é com relação ao esgoto das residências que forem construídas no local, que deverá cair no igarapé, causando poluição.
Os fiscais do Ibama estiveram na empresa e a notificaram para que apresente a regularidade ambiental do empreendimento. Caso contrário, a obra pode ser embargada.
O solo arenoso com certeza vai contribuir para que o igarapé do Juá sofra a degradação mais rápido do que se espera, sem contar com a Rodovia Fernando Guilhon, na parte que margeia o local do empreendimento, que com certeza, a partir das primeiras chuvas, pode ficar completamente intrafegável.
Fonte: Impacto