O vereador Marcílio Machado da Cunha, prestou uma homenagem pela passagem do DIA DO NORDESTINO que ocorre neste 8 de outubro, através de uma Moção de Congratulações. Abaixo na íntegra a homenagem aos nossos irmãos nordestino que aqui vivem contribuindo para o desenvolvimento de nossa região:
MOÇÃO
DE CONGRATULAÇÕES N°. /2013.
A CÂMARA MUNICIPAL DE SANTARÉM,
pelo Vereador signatário manifesta VOTOS
DE CONGRATULAÇÕES AO POVO NORDESTINO, PRINCIPALMENTE OS QUE RESIDEM EM NOSSA
REGIÃO, QUE FIZERAM PARTE DA HISTÓRIA LOCAL, CONTRIBUINDO SOBREMANEIRA PARA O
DESENVOLVIMENTO DE NOSSA REGIÃO, PELA PASSAGEM DO SEU DIA NESTE 8 DE OUTUBRO.
SENHORAS E SENHORES VEREADORES, o Nordestino é originário das misturas de diversos povos: o branco, representado pelo colonizador português, os invasores estrangeiros e imigrantes diversos; o índio, povo nativo da região, que faziam parte de diversas tribos; e o negro africano, trazido na condição de escravo para trabalhar nas lavouras canavieiras, na industrialização do açúcar, nas fazendas e nas mais diversas atividades braçais. Essa miscigenação fez surgir os mestiços, resultados da união de raças diferentes, dando origem a três variedades: o mulato (preto + branco), o caboclo (branco + índio) e o cafuzo (índio + preto).
O resultado da mistura de todos esses povos, aliados às características
da terra, do clima e às condicionantes econômicas, acabou formando a população
nordestina atual e conferindo a ela um sentido de luta e o desejo e a certeza
de vencer.
Apesar, muitas vezes, das adversidades do tempo e da terra, o nordestino
conserva os costumes, tradições e história, através do artesanato, artes
plásticas, arquitetura, música e preservação dos seus monumentos
históricos. É visível seu apego às tradições mais remotas e a um folclore
belíssimo e bastante variado, de acordo com os contrastes existentes nos vários
Estados da região Nordeste. Ele jamais esquece a terra onde nasceu. Às vezes,
devido às adversidades do tempo ou a situações econômicas desfavoráveis, são
obrigados a emigrar para outras regiões do país. Mas sempre que podem e as
condições de vida mudam, voltam para os seus familiares e amigos e para a
"terra querida".
Alguns tipos de pessoas são muito comuns no nordeste. Os mais conhecidos
nacionalmente de acordo com as habilidades adquiridas são: os sertanejos, os
vaqueiros, os repentistas e os jangadeiros.
O sertanejo é exemplo de bravura e possui uma das mais expressivas culturas artesanais do país. Está sempre preocupado com a seca, uma vez que, com maior ou menor intensidade, ela sempre ocorre. É conhecido como trabalhador, amigo sincero e leal, respeitador, mas é também um homem destemido, que "não leva desaforo prá casa". É conhecido como "cabra macho" e é a representação imediata da coragem, força e resistência. Sua valentia é contada em prosa e verso.
Os vaqueiros são trabalhadores que, montados em seu cavalo, cuidam do gado. Para protegerem-se dos arbustos e espinhos da vegetação local usam uma vestimenta característica: chapéu de couro, gibão de couro curtido, calças-perneiras justas e luvas.
O sertanejo é exemplo de bravura e possui uma das mais expressivas culturas artesanais do país. Está sempre preocupado com a seca, uma vez que, com maior ou menor intensidade, ela sempre ocorre. É conhecido como trabalhador, amigo sincero e leal, respeitador, mas é também um homem destemido, que "não leva desaforo prá casa". É conhecido como "cabra macho" e é a representação imediata da coragem, força e resistência. Sua valentia é contada em prosa e verso.
Os vaqueiros são trabalhadores que, montados em seu cavalo, cuidam do gado. Para protegerem-se dos arbustos e espinhos da vegetação local usam uma vestimenta característica: chapéu de couro, gibão de couro curtido, calças-perneiras justas e luvas.
Os violeiros ou repentistas são cantadores de viola que têm muita
habilidade para compor versos de improviso. São muito respeitados e admirados
em todo o Estado. Algumas de suas cantorias são verdadeiras obras primas de
nossa literatura.
Os Jangadeiros são trabalhadores típicos do litoral. Passam a maior parte do tempo em alto
mar à procura do peixe, que serve de alimento para a família e é a fonte de
renda para o seu sustento. Geralmente moram em casas simples, construídas perto
da praia.
Mas o nordeste também é povoado de outras pessoas típicas, como as
rendeiras, os agricultores, os "coronéis" (em extinção), os beatos,
os retirantes, os matutos, os canavieiros, etc . São ainda nordestinas algumas
figuras das mais expressivas tais como Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Gilberto
Freire, Manuel Bandeira, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, José de Alencar,
Jorge Amado, Ariano Suassuna, Luiz da Câmara Cascudo, Luiz
Gonzaga, Fagner, Zé Ramalho, Caetano Veloso, Elba Ramalho, Chico César, André
Vidal de Negreiros, Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida, Raquel de
Queiroz, Celso Furtado, João Cabral de Melo Neto, Zé da Luz, Patativa do Assaré, Sivuca, Capiba, Jessier Quirino e muitos outros expoentes que
enriquecem ou enriqueceram o cenário brasileiro e, até, internacional.
Enfim, "o nordestino é, antes de tudo, um forte", já dizia
Euclides da Cunha. Mas faltou também dizer que é um povo resistente, que vence
todo tipo de dificuldade, faz piadas e ri, muitas vezes, de sua própria
desgraça, mas não se entrega. Também é mulherengo e não rejeita uma boa dose de
cachaça. Continua compondo suas canções e tudo é motivo de festas. As
oportunidades, aliás, não faltam. Festas quando as chuvas caem no sertão,
trazendo fartura e prenúncio de dias melhores; festas nos rituais de cantorias
nas safras; festas nas celebrações de noivado e casamentos nas roças; festas de
padroeiras, etc. Até dia de eleição é motivo de festa.
Para homenagear esse povo guerreiro, transcrevo um Galope a Beira Mar de autoria do repentista Dimas Batista.
Para homenagear esse povo guerreiro, transcrevo um Galope a Beira Mar de autoria do repentista Dimas Batista.
"Nasci no sertão, desfrutando as virtudes
Do tempo de inverno, fartura e bonança.
Depois veio a seca, fugiu-me a esperança
Deixando-me assim, de tristeza tão rude.
Vi secos os rios, fontes e açudes.
E eu que gostava tanto de pescar,
Saí pelo mundo tristonho a vagar,
Fui ter numa praia de areias branquinhas
E vendo a beleza das águas marinhas,
Cantei meu galope na beira do mar.
Ali na cabana de alguns pescadores,
Fitando a beleza do mar, do arrebol,
Bonitas morenas queimadas de sol,
Alegres ouviram cantar meus amores.
O vento soprava com leves rumores,
O pinho a gemer, depois de chorar.
Aquelas morenas à luz do luar
Me davam impressão que fossem sereias,
Alegres, risonhas, sentadas nas areias,
Ouvindo os meus versos na beira do mar.
Eu sempre que via, lá no meu sertão,
Caboclo vaqueiro de grande bravura,
Vestido de couro, na mata mais dura,
Entrar pelo mato e pegar o barbatão,
Ficava pensando, na minha impressão:
Não há quem o possa, em bravura igualar;
Mas depois que vi o praiano pescar
Numa frágil jangada, ou barco veleiro,
Achei-o tão bravo, tal qual o vaqueiro,
Merece uma estátua na beira do mar."
Que
cópia da presente manifestação seja dada conhecimento aos tradicionais
Nordestinos em nossa Cidade, que aqui chegaram para contribuir e auxiliar no
desenvolvimento regional..
Sala das Sessões, Plenário do Palácio
Tapajós, em de outubro de 2013.
MARCÍLIO MACHADO DA CUNHA
Vereador – LÍDER DO PMN