Governo prevê que devastação na Amazônia Legal, em um ano, tenha aumentado até 20%
Após quatro anos em queda, o desmatamento
na Amazônia Legal deverá voltar a crescer este ano, principalmente
puxado pela derrubada da floresta em grandes áreas do Pará e do sul do
Amazonas, onde havia uma trajetória de redução da devastação há anos. A
área ambiental do governo ainda não possui os cálculos fechados sobre o
período de agosto de 2012 a julho deste ano — quando se encerra o
ano-base para o cálculo —, mas prevê um aumento de até 20% da área
devastada em relação ao período anterior, quando se chegou a uma mínima
histórica desde 1988, com supressão de apenas 4,57 mil quilômetros
quadrados da floresta.
O número oficial deverá ser anunciado até o fim
deste mês. Apesar da provável alta, o volume de área devastada não
deverá superar a marca de 2011, quando foram desmatados 6,41 mil
quilômetros quadrados, e ficará certamente abaixo da média dos anos
anteriores a 2008. É essa redução estrutural na área desmatada por ano
que deverá ser divulgada pelo governo Dilma Rousseff durante a campanha
eleitoral do próximo ano, em que o tema ambiental deverá voltar à pauta
com a participação de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, ao
lado do governador Eduardo Campos (PSB-PE).
A previsão de aumento do desmatamento tem base,
principalmente, na apuração feita por satélite (do sistema Deter) que
indicou um aumento de 35% nas áreas com problemas, de 2012 para 2013. O
número oficial a ser divulgado (com base no sistema Prodes, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais), porém, é mais abrangente.