Diretora denuncia descaso do estado com Escola Barão do Tapajós
Diretora Sérgia Mafra denuncia abandono das obras e início das aulas será prejudicado
Cadeiras ao relento, telhas amontoadas
pelo chão e o prédio em ruínas. Este é o cenário da Escola Estadual
Barão do Tapajós, localizada na Avenida Rui Barbosa, no bairro da
Aldeia, em Santarém, Oeste do Pará, onde um mês após a paralisação das
obras de reforma, a diretoria teme que os alunos sejam prejudicados.
De acordo com a diretora do Barão do
Tapajós, Sérgia Mafra, cerca de 359 alunos da 6ª a 8ª séries do ensino
fundamental e do projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA), de 3ª e
4ª etapas podem ser diretamente prejudicados, caso a reforma da escola
não reinicie com urgência. Ela diz que está preocupada com os alunos,
principalmente quando os pais procuram a escola para matricular os
filhos.
“O primeiro semestre já vai começar em
fevereiro. A gente fica preocupada porque o prédio da escola ainda está
praticamente no chão. A empresa, responsável pela obra diz que não tem
hora nem dia marcado para recomeçarem os trabalhos, porque está faltando
dinheiro por parte do Governo do Pará e muitas coisas estão sendo
alegados por isso”, afirma a professora Sérgia Mafra.
Por conta do problema, segundo ela,
tanto os professores quanto os representantes dos conselhos escolares
tomaram uma posição de reunir todas as escolas que estão em reforma para
que possam entrar com uma Ação Civil, nos ministérios públicos Estadual
(MPE) e Federal (MPF), para que possam ter alguma resposta sobre o
reinício das obras de reforma.
Professora Sérgia reforça que até o
momento ainda não obteve nenhuma resposta por parte da Secretaria de
Estado de Educação do Pará (Seduc) e nem da 5ª Unidade Regional de
Educação (URE), no sentido de quando as obras deverão ser reiniciadas.
“Já nos reunimos com o engenheiro da
obra, mas até o momento não obtivemos nenhuma resposta. A gente avisa
para os pais que mesmo a Escola estando praticamente no chão, vamos
iniciar o ano letivo no dia 17 de fevereiro, nem que seja embaixo das
árvores”, avisa professora Sérgia, denunciando que o governador Simão
Jatene também não deu nenhuma resposta sobre quando a reforma será
reiniciada.
“Mesmo assim não vamos perder nossos
alunos. Os pais devem ficar tranqüilos que vamos reiniciar as aulas. Nós
já falamos e garantimos que as aulas vão acontecer”, concluiu.
PROJETO: O projeto previa a
demolição completa da escola Barão do Tapajós. No local, deveria ser
construída uma nova estrutura, mais moderna e confortável para os
alunos. No entanto, até agora, a obra está longe do fim. Foram iniciadas
10 salas de aula, mas nenhuma chegou a ser concluída. Os serviços estão
parados há um mês, por falta de pagamento dos funcionários. A empresa
Consutec, responsável pelas obras, alega que isso ocorreu por falta de
repasse do governo do Estado.
A diretora da escola Barão do Tapajós
teme perder alunos devido a precária condição do ambiente escolar. “Os
pais não vão deixar seus filhos ficarem, já que as aulas iniciam dia 17,
e se não estiver pronta, nós vamos ter essa perda de alunos. Eu creio
que precisa ter mais responsabilidade, um compromisso com a educação,
porque a base de um País é a educação. Se não tiver educação as obras
ficam mortas”, lamenta Sérgia Mafra.
Fonte: RG 15/O Impacto