sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

LAMA CONTAMINA LAGO DO JUÁ

Lama e sujeira do “Minha Casa, Minha Vida” contaminam lago do Juá

Margareth Ferreira, do movimento “Salve o Juá”, denuncia contaminação do lago

Margaret Ferreira
Margareth Ferreira
Depois das chuvas que caíram em Santarém nos últimos dias e da construção de uma galeria para escoamento de águas pluviais na rodovia Fernando Guilhon, pela empresa responsável pela construção de um conjunto habitacional do programa “Minha Casa, Minha Vida”, novas denúncias da aceleração no processo de soterramento e contaminação do complexo do Lago do Juá vieram à tona.
Em inspeção realizada ao local, na manhã de terça-feira, 28, a coordenadora do movimento “Salve o Juá”, Margareth Ferreira, mostrou à nossa equipe de reportagem os principais “gargalos” ocorridos na área do Juá, após a implantação do residencial das empresas SISA/ BURITI e também do conjunto habitacional do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
Nascente do Lago do Juá recebe sujeira que desce do loteamento Buriti e residencial
Nascente do Lago do Juá recebe sujeira que desce do loteamento Buriti e residencial
Quem chega ao Lago do Juá observa a devastação ambiental que está acontecendo no manancial. Igarapés soterrados e em processo de extinção; animais nativos do Lago migrando para outras áreas de Santarém e o avançado processo de contaminação da Praia do Juá, considerado um dos principais cartões postais da cidade, são apontados pelos ambientalistas como resultado da construção dos conjuntos habitacionais, nas proximidades.
“Essa degradação iniciou com a implantação do residencial da Buriti. Não existia degradação, nem lama, nem contaminação. Existia um igarapé limpo, onde havia uma água mineral e tudo preservado”, diz a ambientalista Margareth Ferreira.
Além da Buriti, Margareth afirma que existe um outro crime ambiental ocorrendo na área, onde o projeto “Minha Casa, Minha Vida” também está jogando para dentro do Lago do Juá, uma grande quantidade de dejetos e lama, em virtude da construção de uma galeria que passa por baixo da rodovia Fernando Guilhon. Na manhã de terça-feira, Margareth constatou um trator escavando um grande buraco para a finalização da obra da galeria.
“Isso também, além de ser um crime é um problema muito sério para nossa cidade, para o meio ambiente e para nossa natureza. Uma das saídas para amenizar o problema é a união das classes e entidades, para que a gente possa ter força e exigir das autoridades, que as obras que degradam o meio ambiente possam ser interditadas totalmente e isso não pode acontecer”, aponta Margareth.
Margareth Ferreira denuncia crime ambiental do Projeto do Governo Federal
Segundo ela, para que a degradação do Lago do Juá chegue ao fim, será necessária uma parceria entre várias classes e entidades. “Para que isso aconteça, a gente precisa de uma parceria com os órgãos de meio ambiente e com a Prefeitura de Santarém, porque como representante de um movimento organizado, estamos com a luta pela preservação da natureza e da vida”, afirmou Margareth Ferreira.
LUXO NO LAGO: Outro problema constatado às margens do Lago do Juá pela ambientalista Margareth Ferreira foi a presença de diversas propriedades de luxo construídas próximas ao manancial. Ela reclama que nenhum tipo de fiscalização dos órgãos ligados ao meio ambiente acontece no local. Campos de futebol e objetos de luxo, como um ultraleve e carros com tração nas quatro rodas foram vistos no local, assim como a criação de animais.
“Por que o pobre tem que ser jogado para uma área qualquer quando o governo quer e quando quer? Porque custa acontecer isso. Mas, o rico pode chegar… Destruir e acabar com a nossa cidade. Todos nós precisamos de um ambiente livre com ar puro e para que isso aconteça precisamos que sejam interditadas todas as obras que estão acontecendo à beira do Lago”, sugere Margareth.
Ela reivindica que os fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) façam uma inspeção no local, para coibir vários problemas relacionados à degradação ambiental do Lago do Juá, ocasionados, também, pela construção de propriedades de luxo.
“Queremos que a SEMMA vá ao local para interditar todos esses benefícios aos ricos, porque a sociedade precisa de um lugar com ar puro para passear e ter boas condições de saúde”, aponta Margareth.