Desigualdades e injustiças sociais no Brasil
Por: Samuel Hanan

Vamos analisar neste artigo uma questão que tem a ver com todos os brasileiros, indistintamente, sejam ricos, remediados, pobres ou miseráveis – além, claro dos chamados grupos de exclusão. Trata-se das atrofias e desigualdades, tanto as demográficas quanto as socioeconômicas, sejam elas regionais ou intra-regionais.
Mesmo após o enorme avanço de Redução da Desigualdade com o “Bolsa Família” e o aumento Real do Salário Mínimo, o Brasil permanece, ainda, como um dos países mais injustos social e economicamente, além de totalmente desigual. De uma forma bem objetiva e informativa, vejamos o que acontece:
1) Em quase metade do território brasileiro, a Região Norte, com apenas 7 Estados, ocupando 45% da área territorial e com áreas fronteiriças extensas com sete países, alguns dos quais contaminados com o narcotráfico (Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa), habita apenas 8,45% da população brasileira. O vazio demográfico é imenso, apenas 4,44 habitantes/km²; da mesma forma que o vazio econômico, onde se produz apenas 5,30% do PIB Brasil.
2) Expandindo essa área para 89,14% do território nacional, somando as Regiões Norte + Nordeste + Centro-Oeste + Sul + Distrito Federal, habita mais da metade (57,98% = 116,53 milhões de habitantes) da população brasileira. Ainda existem vazios demográficos (média de 28,16 habitantes/km2); mas em seus 22 Estados, mais o DF, se produz apenas o equivalente a 44,20% do PIB nacional.
3) Em contrapartida, uma única região, a Região Sudeste, ocupando apenas 10,86% da área territorial brasileira, e habitada por 42,02% (84,46 milhões de habitantes) da população brasileira, inferior à soma dos habitantes dos 22 Estados e Distrito Federal, concentra a maior economia e responde por 50,80% do PIB nacional.
* Ou seja: a concentração econômica e populacional faz com que quase metade da população e mais da metade da riqueza fique numa área de apenas 10,86% do Brasil.