
Ou nos falta braço para atingir e buscar solucionar esse problema ou nos falta vontade.
Acho que vontade.
Absorvidos em nós mesmo, em crescer, em aparecer, olhando ao máximo para nossas cercanias sentimentais, cerramos os olhos ao entorno que se avoluma diariamente.
São humanos, menores, abandonados a própria sorte como se a gritar em nossos ouvidos que o Estado brasileiro está moralmente falido, politicamente incompetente e humanamente vergonhoso.
Uma das coisas que difere países desenvolvidos e países do terceiro mundo é justamente o tato, a dedicação e a preocupação com as mazelas sociais dos mais desprovidos.
Ao oferecer um espetáculo volumoso, grandioso e global como uma Copa do Mundo de Futebol, ao mesmo tempo que expomos nosso pais, nossas belezas e nosso povo alegre, expomos nosso fracasso como nação que deveria cuidar minimamente dos seus.
Enquanto nossos filhos adormecem em colchões macios cercados de conforto, bem ao lado meninos e meninas dormem na rua, expostos a violência sexual, a entorpecentes, ao crime E a violência de toda ordem.
Serão eles que no futuro próximo vão bater em nossas casas e carros, armados e violentos.
E todos teremos nossa parcela de culpa, pelo menos fruto da omissão .
Para o pais que tem os impostos mais altos do planeta, é injustificável a falta de empenho e de vontade de resolver o problema.
Moralmente nos coloca no mesmo patamar do caos em massa que assola pobres e pretos africanos.
Historicamente o Brasil caminha para o bem ou para o mau, ignorando nossas crianças .
A educação e as condições de ensino são sofríveis, a saúde que o Estado brasileiro se propôs a oferecer, não alcança a todos que precisam.
Os projetos de inclusão social se baseiam apenas na distribuição de dinheiro, o que não é de todo errado, mas que obviamente não é suficiente para resolver esse tipo de mazela.
Pitágoras dizia; – Educai as criancas para que não seja preciso punir os adultos. Parece tão obvio né!.?
Não é na visão de governantes. As penitenciarias lotadas provam isso.
E apesar de obvio não é o que fazemos.
Somos indiferentes. Sobre indiferença uma vez li algo mais ou menos assim, escrito por Martin Luther King, que lutou contra a indiferença e o preconceito de toda uma nação por toda uma raça; – O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferença e o silencio das pessoas boas.
Nessa frase uma explicação bem razoável para o que fazemos. Deixamos os maus dominarem os inocentes, os indefesos. E brindamos isso com nossa indiferença .
A conta já bate a nossa porta fruto de uma violência sem controle, também nascida dai, da nossa indiferença .
Responsável pelas maiores atrocidades o homem não consegue ver que a indiferença e desumanidade de hoje com as crianças abandonadas, uma hora baterá em nossa porta. Armada!