Residencial Moaçara vira ponto de prostituição e consumo de drogas
Obras foram paralisadas e residencial está abandonado, servido de abrigo de vagabundos e traficantes
A obra de construção do Residencial
Moaçara I, pertencente ao programa do governo federal “Minha Casa, Minha
Vida”, localizada no bairro do Aeroporto Velho, em Santarém, Oeste do
Pará, virou motivo de preocupação para moradores das proximidades.
Segundo os comunitários, após a paralisação dos serviços no final do ano
passado, o local está sendo usado freqüentemente para a prática de sexo
de casais, assim como ponto de venda e consumo de drogas, por viciados e
traficantes.
Inconformados com o problema, os
comunitários cobram soluções emergentes por parte dos órgãos que
administram o empreendimento. Além da falta de segurança, o local também
está sendo tomado pelo mato e por insetos.
Em novembro do ano passado, após pedir
concordata, a empresa Carmona Cabrera paralisou as obras do Residencial
Moaçara I, deixando centenas de famílias preocupadas com o
descumprimento do prazo para a conclusão do conjunto habitacional.
Já no mês de dezembro, dezenas de
trabalhadores realizaram uma manifestação na Avenida Moaçara, em frente
ao residencial, cobrando da direção da Carmona Cabrera o pagamento dos
salários atrasados. Durante o protesto, houve confronto entre os
operários e policiais do Grupo Tático Operacional (GTO). Um grupo de
trabalhadores e profissionais da imprensa santarena ficaram feridos.
A Associação dos Moradores do Bairro do
Aeroporto Velho (Ambav) informou que mediante a falta de informação por
parte da empresa em relação à conclusão da obra, vem realizando uma
série de reuniões, para definir as estratégias que serão usadas para
protestar contra o descaso da administração pública. “Faz muito tempo
que a gente vem lutando pelas moradias e aconteceu isso. São 9 anos de
luta, então, a Comunidade decidiu que, se a Caixa Econômica não se
pronunciar, a Associação vai selecionar as pessoas para ocupar as casas
que já estão quase prontas”, alerta o presidente da AMBAV, Francisco
Barbosa, o “Chiquinho”.
Segundo ele, as casas que ainda estão no
alicerce não terão como ser ocupadas e, que por isso algumas famílias
decidiram que vão terminar a construção antes de começar a usar o
imóvel. “Então, isso pra gente é uma falta de responsabilidade do poder
público para com a população. Será que Santarém vai ficar marcada por
esse tipo de construção que inicia e não termina?”, questiona Chiquinho.