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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

GOVERNO DO ESTADO NÃO CONCLUI OBRAS EM SANTARÉM

Diretores relatavam que as obras iniciaram, mas que seguiam a passos lentos ou estavam paralisadas e que temiam que o trabalho não fosse concluído

Reforma das Escolas Wilson Fonseca e São Felipe ainda em passos lentos
Reforma das Escolas Wilson Fonseca e São Felipe ainda em passos lentos
A menos de quatro meses para o final do Governo de Simão Jatene (PSDB) no Pará, ainda repercute em todo o Estado a falta de conclusão das obras de reforma de escolas públicas. Em Santarém, na região Oeste, o Ministério Público Estadual (MPE) acompanha os trabalhos de reforma de nove escolas da rede estadual.
Há cerca de sete meses, a Promotoria de Justiça de Direitos Constitucionais de Santarém (Educação e Saúde) visitou as obras de reforma de três escolas estaduais, após denúncias de representantes do Conselho Escolar. Para o Ministério Público, a preocupação ficou por conta do início do ano letivo em fevereiro, onde três escolas ainda continuavam em reforma.
A inspeção do MPE aconteceu após diretores e representantes de vários conselhos escolares da rede pública estadual, alunos e pais de alunos pediram providências ao órgão. Os representantes também pediram apoio junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subsecção de Santarém, para formalizar denúncia contra a Secretaria de Estado de Educação (SEDUC).
O motivo era o atraso das obras. A SEDUC não concluiu a reforma de 9 escolas da rede estadual de ensino em Santarém. De acordo com Dirceu Amoedo, diretor da 5ª Unidade Regional de Ensino (URE), as reformas em algumas escolas ainda continuam paralisadas.
O ano letivo na rede estadual estava previsto para iniciar no dia 17 de fevereiro, e algumas escolas ainda estavam com os trabalhos paralisados. Diretores relatavam que as obras iniciaram, mas que seguiam a passos lentos ou estavam paralisadas e que temiam que o trabalho não fosse concluído. Algumas escolas tiveram parte da estrutura física demolida há mais de dois anos e menos de 20% do serviço foi feito.
Entre as escolas que enfrentam o problema estão: Wilson Fonseca, Barão do Tapajós, Gonçalves Dias, Frei Othmar, Álvaro Adolfo da Silveira e São Felipe.
OBRA PARALISADA: Em julho último, mais uma vez as obras da escola estadual Wilson Fonseca foram paralisadas. A direção mostrou preocupação com início do segundo semestre do ano letivo. As aulas do segundo semestre iniciaram dia primeiro de agosto, mas, na escola, os alunos encontraram apenas algumas salas de aula concluídas. A sala de pesquisa, a cozinha e algumas partes do telhado estão por terminar. As obras estão paradas desde o mês de junho.
“Nós aguardávamos que no mês de julho retomassem o serviço para completar as obras, mas até agora nada. Tivemos que contratar pessoas, serviço particular, para fazer o mínimo do serviço que eles deixaram, como cobrir as passarelas que estão faltando, para ter o mínimo de condição”, informou a diretora da escola, Dircelina Tavares.
Por conta do telhado da passarela não estar coberto, em dias de chuva os alunos se molham ao passar por ali. Em dias de sol, a reclamação aumenta por causa do forte calor. Somente as salas de aula estão prontas. “Nós já fizemos nossa parte e agora vamos continuar as aulas do jeito que está”, garante a diretora.
Ainda falta concluir os serviços de pintura, a reforma da cozinha, e a quadra de esportes. A diretora afirma que já perdeu as contas de quantas vezes as obras da escola foram paralisadas. ALUNOS PREJUDICADOS: No início do segundo semestre o retorno às aulas na rede pública estadual foram prejudicados em algumas escolas. As obras de reforma, que deveriam ser entregues uma semana antes do início das aulas, no dia 1º de agosto, não foram cumpridas e as escolas não oferecem condições para receber os alunos.
A escola estadual Frei Ambrósio, com 114 anos de fundação, passa pela segunda reforma e não ficou pronta para o retorno das aulas. “É uma situação bastante complicada mesmo, eu diria até crítica. Quando nós encerramos nosso primeiro semestre deixamos acertado através de uma reunião com os pais de que o retorno seria garantido no 1º de agosto, confiando que as seis salas que estão sendo reformadas estariam prontas pelo menos dois ou três dias antes do reinício das aulas. Quando conversei com o responsável pela obra ele disse que não seria possível entregar as salas”, explicou o diretor da escola, Marcos Vinício Botelho.
Segundo a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará (Sintepp), Isabel Marinho, a situação das escolas estaduais é revoltante.
“Nós estamos com este problema sério com essas escolas da rede estadual, a gente espera que a direção da 5ª URE possa trazer alguma resposta positiva de Belém com relação a essas escolas onde o trabalho está paralisado. A gente sabe que em todas as escolas em que iniciaram esse serviço de reforma, até o momento nenhuma foi entregue com sua obra concluída de fato e isso é muito preocupante, é desgastante para todos e é revoltante também”, desabafa Isabel.
Por: Manoel Cardoso