sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

AUDITAGEM NAS CONTAS DA PREFEITURA DE BELÉM...

Jader pede auditagem da CGU no BRT de Belém

Senador defendeu que seja realizada uma auditagem nas contas da Prefeitura de Belém

Senador Jader Barbalho
Senador Jader Barbalho
O senador Jader Barbalho (PMDB) solicitou ontem à Controladoria Geral da União (CGU), por meio de requerimento protocolado no Senado Federal, informações sobre o projeto BRT, que vem sendo tocado pela Prefeitura Municipal de Belém e ao qual ele, Jader, dirigiu críticas contundentes.
Dirigindo-se ao ministro chefe da CGU, Jorge Hage Sobrinho, o senador defendeu que, caso não tenha sido ainda adotada tal providência, seja realizada em regime de urgência uma auditagem nas contas da Prefeitura de Belém relativas a esse projeto, cuja execução conta com financiamento de recursos do governo federal.
Assinalou o senador do PMDB que a execução do BRT já consumiu, em duas gestões – a anterior, de Duciomar Costa, e a atual, de Zenaldo Coutinho (PSDB) – recursos superiores a R$ 100 milhões dos cofres da União, segundo informações extraoficiais.

“E nessa obra não se vê, a rigor, nenhum leve indício de que tenha por objetivo melhorar as condições de transporte urbano de passageiros nesta capital. Muito pelo contrário, avolumam-se evidências de que, por trás dela, há uma teia de interesses escusos e desonestos, cujo único propósito parece ser a malversação de recursos públicos e não propriamente servir à coletividade”, acrescentou.
Jader Barbalho destacou que uma auditagem nas contas do projeto se faz urgente e necessária até para desfazer, se for o caso, “as sombras de suspeitas e desconfianças que, com muita razão, pairam sobre esse lamentável empreendimento”.
Enfatizou que não pode continuar sem uma providência da administração pública federal o descalabro que hoje se observa no projeto BRT. “Esse empreendimento não passa de um engodo, de uma farsa contra o erário e contra os interesses maiores da população”, disparou.
Observou o líder do PMDB do Pará que o projeto consiste em apenas duas pistas centrais precariamente pavimentadas, por onde trafegam, em velocidade temerária, veículos velhos e em péssimas condições.
Instalado na principal e quase única via de acesso e saída da capital, a avenida Almirante Barroso – acrescentou –, num trecho de seis quilômetros, a obra atravanca o fluxo de tráfego em área vital da cidade, ao reduzir os espaços laterais perigosamente disputados por automóveis, utilitários e veículos de carga.
O senador chamou ainda a atenção para a insegurança no trânsito causada pelo BRT. Entre outras falhas, apontou a falta de proteção em suas laterais, o que deixa perigosamente expostos os pedestres, ciclistas, condutores de motos e motoristas em geral.
Jader lembrou, a propósito, que ali já ocorreram mais de 40 acidentes, a maior parte deles com vítimas fatais. É esse, conforme frisou, o alto preço que a população de Belém está pagando “por uma obra tosca em sua concepção e executada de maneira improvisada e irresponsável”.
EDITAL
No requerimento dirigido à CGU, o senador Jader Barbalho assinalou ainda que, não satisfeito com o caos já instalado no trânsito da capital, “o prefeito Zenaldo Coutinho tem agora o desplante de anunciar o edital para execução de uma segunda etapa do apelidado BRT”, num trecho de 16 Km que, segundo diz a prefeitura, vai do Entroncamento até Icoaraci.
“O prefeito tenta nos impor o fato consumado, sem se sentir na obrigação de dar satisfações a ninguém, pelo menos para se explicar sobre o descalabro já existente no trânsito urbano de Belém, que vai se transformando em verdadeiro caos”, completou.
Para Jader, chega a ser “um escárnio, um deboche para com a população de Belém e do Pará” o simples anúncio dessa nova etapa do projeto, pelo simples fato de que a prefeitura se dispõe a dar continuidade a algo inexistente.
“Em Belém não existe um projeto BRT. O que existe, efetivamente, é apenas um arremedo grosseiro e mal ajambrado de um projeto de mobilidade – neste caso específico projetado e executado contra os interesses da população e direcionado tão-somente para beneficiar os responsáveis pela obra, incluídos aí provavelmente agentes públicos e uma empreiteira de projeção nacional, a famosa Andrade Gutierrez”, aduziu.
O senador ressaltou que é vital e impositivo, não somente para a cidade de Belém, mas para toda a região metropolitana, onde hoje vivem mais de dois milhões de pessoas, um projeto eficiente e moderno de acessibilidade e mobilidade.
Um projeto que, conforme frisou, possa acabar ou pelo menos diminuir o caos no trânsito e oferecer à população um serviço de transporte com satisfatórias condições de rapidez, conforto e segurança, “o que é impossível esperar desse indecoroso simulacro de projeto que foi executado em Belém de forma desonesta e afrontosa para com a nossa população”, finalizou.
Fonte: Diário do Pará