População consome água contaminada
Água misturada com lama e ferrugem desce de uma torneira no bairro Santarenzinho.
Há muito tempo a população de Santarém,
no Oeste do Pará, vem sofrendo com a falta de água, bem como com a
péssima qualidade da água fornecida pela Companhia de Saneamento do Pará
(Cosanpa). Várias denúncias já foram feitas por nossa reportagem com
relação à qualidade da água fornecida à população, mas parece que
ninguém leva a sério e quem sofre é a população, que fica exposta às
várias doenças que podem ser causadas pela água contaminada.
No mês de dezembro do ano passado,
moradores de vários bairros de Santarém, entre eles, Caranazal,
Santarenzinho, Nova Republica, Vitória Regia, São Francisco, Diamantino,
Floresta, Interventoria, Matinha, Cambuquira, Maracanã e Nova Vitória,
denunciaram a falta de água em suas casas. Segundo os moradores, quando a
água chega às torneiras, ela vem fraca e cheia de ferrugem. Os
moradores reclamam que a água só chega no período da madrugada, quando
as pessoas deveriam estar descansando. Muitas famílias precisam encher
seus recipientes, como as caixas que armazenam água, antes que o
abastecimento seja interrompido.
“O volume de água é insignificante que
chega às casas, isso quando chega. Nem todo mundo tem um vizinho de boa
vontade para ceder um pouco do líquido que deveria ser em abundância,
por estarmos rodeado de tanta água, dos rios Tapajós e Amazonas”,
reclamou uma moradora.
Na época, os moradores entraram em
contato com a Cosanpa, mas nada foi respondido. Eles questionam o fato
de não ter água e, mesmo assim muitas famílias são obrigadas a pagar a
conta no final do mês.
Esta semana, a dona de casa Magna Milena
Borges, moradora da Rua Anchieta, no bairro da Interventoria, denunciou
à imprensa o que ela chamou como uma afronta para a população, a
péssima água servida pela Cosanpa: Uma mistura de terra, ferrugem e
impurezas diversas, como mostra a foto tirada por Magna.
“Esta é a água tratada que recebo em
minha residência. Nos meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015
ficamos com as torneiras entupidas com terra. Pago caro para ter água
apropriada para nosso uso e, sinceramente não sou respeitada. Esta água
não serve para fazer comida, beber e nem lavar louça e roupa. Temos que
comprar água mineral para tudo. Se atraso o pagamento a Cosanpa envia um
funcionário para cortar o fornecimento do líquido preciso, que de
precioso não tem nada”, disse Magna Milena Borges.
Vale ressaltar que a população das
regiões Sul e Sudeste está passando por momentos difíceis com a falta de
água, sendo que já está havendo racionamento. Inclusive já estão
fazendo estudos para levar água do rio Amazonas para essas regiões. Ao
contrário de lá, estamos bem servidos com dois grandes rios (Tapajós e
Amazonas), inclusive possuímos o maior aqüífero de água doce do mundo,
que está em Alter do Chão. Mas nossos governantes parece que não estão
nenhum pouco preocupados com o bem estar da população e não procuram dar
um melhor meio de vida esse povo.
O governo do Estado, sempre em época de
campanha eleitoral, chega a Santarém fazendo estardalhaços, prometendo
construir microssistemas de águas, reservatórios e outras coisas mais,
As ordens de serviços são assinadas em meio a muita propaganda na
imprensa, as obras são iniciadas, mas não são concluídas. O exemplo são
as obras do Estádio Colosso do Tapajós que estão paradas por falta de
pagamentos aos funcionários da empresa responsável pelas obras; a obra
do Ginásio Poliesportivo que também está parada; a Escola Técnica também
está com a obra parada; isso sem falar das reformas de várias escolas
que estão sem ser concluídas e com o ano letivo ameaçado. Nada funciona e
quem sofre é a população com essas promessas eleitoreiras.
Por: Jefferson Rocha