Ver. Reginaldo Campos-Presidente da CMS
Presidente da Câmara, Vereador Reginaldo Campos, fala ao
Jornal O estado do Tapajós, sobre sua Gestão como Presidente, Concurso
Público, Rádio e TV Câmara, Estado do Tapajós e outros assuntos.Empossado presidente da Câmara Municipal de Santarém no último dia 1º, para o biênio 20152016, o vereador Reginaldo Campos tem grandes desafios pela frente, entre eles, a realização do concurso público para contratação de servidores para o poder legislativo. Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado do Tapajós, Reginaldo disse que uma de suas primeiras medidas será montar a equipe que fará o levantamento dos cargos e do número de vagas que serão disponibilizadas no certame que deverá ser realizado até o final deste ano. Reginaldo também falou sobre o relacionamento do legislativo com o executivo municipal; das estratégias para aproximar os vereadores da sociedade; das estratégias para dar publicidade aos atos do legislativo; da fiscalização às obras que estão em andamento no município; e do apoio ao movimento pela criação do Estado do Tapajós.
O Estado do Tapajós – O senhor começa o ano com o desafio de presidir a Câmara Municipal de Santarém. É pensamento seu implementar alguma mudança nesse início de gestão?
Reginaldo Campos – Em primeiro lugar gostaria de dizer que é um prazer dar entrevista a este importante meio de comunicação da nossa cidade e nos colocar à disposição sempre, para que possamos dar todos os esclarecimentos como entidade pública. É um desafio muito grande, mas estamos muito motivados a trabalhar em favor da sociedade santarena, em favor da Câmara Municipal de Santarém pra prestar um melhor serviço à sociedade. Nós pretendemos realizar o concurso público na nossa gestão como uma meta para que a sociedade, os jovens e todos os profissionais que queiram prestar seus serviços na Câmara tenham a oportunidade, através do concurso público. Em breve estaremos lançando a resolução para montar uma comissão que fará um estudo da demanda de cargos, e, em seguida, contratar uma empresa que será responsável pela realização do concurso ainda esse ano.
O Estado do Tapajós – De que forma o senhor pretende dar maior visibilidade as ações do poder legislativo municipal?
Reginaldo Campos - Com relação ao melhoramento do atendimento à população, nós
queremos implementar um site que possa interagir com a sociedade santarena e com
quem queira ter contato com a nossa Câmara Municipal em tempo real. Vamos
trabalhar para disponibilizar essa ferramenta às pessoas que queiram conhecer tudo
sobre a Câmara Municipal de Santarém, inclusive os trabalhos legislativos que estão
em andamento dentro da casa, assim como as leis já aprovadas e mais o trabalho das
comissões e de cada vereador individualmente. Até meados de fevereiro nós
esperamos estar com essa ferramenta já bem adiantada. Estamos fazendo uma
parceria com o Senado Federal, para que tenhamos uma supervisão através daquela
Casa e também uma interação com legislativo federal. Vamos trabalhar para a criação
da Rádio Câmara e da TV Câmara. Esse é um projeto que pretendemos desenvolver
nessa gestão para melhorar a interação com toda a sociedade através desses dois
veículos que estaremos implementando para melhorar a nossa proximidade com o
povo através da comunicação. Vamos otimizar o setor de comunicação da Câmara
para que possamos ter uma melhor relação com a imprensa santarena, inclusive
colocando mais profissionais para trabalhar nessa área para que possamos
disponibilizar toda e qualquer informação para a imprensa através da Ascom.
O Estado do Tapajós – E para aproximar a o legislativo da sociedade, o que está
sendo planejado?
Reginaldo Campos Queremos
realizar mais reuniões nos bairros, nas entidades, nas instituições, para que a sociedade tenha um contato mais próximo com os seus legítimos representantes. Assim como também, vamos estar convidando as escolas e disponibilizando ônibus para que os alunos que queiram conhecer o trabalho da Câmara possam vir dentro de um planejamento de visitas ao legislativo. É uma forma de estar educando e estimulando a nossa juventude a estar envolvida na política e conhecer o papel do político.
O Estado do Tapajós – A Câmara ganha nessa gestão a figura do Ouvidor. Qual a
finalidade?
Reginaldo Campos – O Ouvidor corregedor é o segundo vice-presidente da Câmara,
que nesse caso é o vereador Ney Santana, poderá receber reclamações da sociedade
por escrito ou verbalmente, de procedimentos que o cidadão ache que estão sendo
desrespeitados no que se refere ao comportamento do vereador; atitudes que possam
ir de encontro com a ética; e procedimentos que maculam a imagem da Casa; contra
funcionários que não estão prestando serviços a contento. Então, o ouvidorcorregedor
estará atento a essas queixas e terá que prestar um relatório em resposta a essas
denúncias, para que medidas sejam tomadas caso haja algum liame que comprometa
as regras da Casa. Havendo procedência das denúncias, os casos serão
encaminhados ao Conselho de Ética para adoção das medidas necessárias.
O Estado do Tapajós – O que a sociedade santarena pode estar do relacionando
entre os poderes Legislativo e Executivo?
Reginaldo Campos – A Câmara é um poder independente do poder executivo, no
entanto a nossa lei orgânica diz que somos poderes harmônicos e precisamos estar em constante diálogo em favor da sociedade. Esse é o nosso compromisso de fiscalizar, mas também de dialogar com o poder executivo. É com esse compromisso que nós estamos imbuídos para que possamos dar uma melhor atenção às demandas da nossa sociedade. Então, o executivo através do prefeito Alexandre Von pode contar com o poder legislativo para esse amplo diálogo e parceria em favor da sociedade. No
entanto, a Câmara não abrirá mão da fiscalização, de estar acompanhando as ações
do governo e cobrar naquilo que for necessário para que melhore a gestão do poder
executivo, porque esse é o nosso papel. Também vamos estar empenhados em buscar soluções para a sociedade quando a prefeitura sozinha não tem recursos para atender a demanda que hoje a cidade tem, como por exemplo, a infraestrutura da nossa cidade.
Existem muitas ruas não pavimentadas, com dificuldade de tráfego. Acredito que é
grande a vontade do prefeito de resolver esse problema, mas não há recursos
suficientes. Então, aí entra também o papel da Câmara, não só como fiscalizado, mas
como aquela que vai correr atrás de recursos através de seus vereadores na
articulação política para emendas, e através de convênios nas secretarias estaduais e
nos Ministérios do Governo Federal.
O Estado do Tapajós – Há obras importantes para o município de Santarém que estão
paralisadas. O senhor pretende fazer alguma articulação com os vereadores para
cobrar do governo a conclusão dessas obras?
Reginaldo Campos - Na condição de presidente da Câmara vamos dar condições aos
vereadores e as comissões para que a gente possa continuar o trabalho de
fiscalização, cobrando das autoridades a pavimentação completa da BR163
que está sendo construída muito lentamente e nós precisamos agilizar essa rodovia que é um compromisso do Governo Federal. Assim também como cobrar mais atenção do Incra na implantação dos assentamentos em nosso município; cobrar do Governo do Estado que assuma o compromisso e conclua o estádio Colosso do Tapajós, assim como o ginásio poliesportivo e construa o Terminal Hidroviário que é muito importante para nossa cidade; também vamos cobrar investimentos do governo do estado em nossa cidade. Temos muitas escolas de ensino médio da rede estadual em nossa cidade para serem restauradas, vamos cobrar a conclusão, assim como a construção de mais escolas de ensino médio e a implantação do ensino modular de forma mais efetiva nas nossas comunidades rurais. Também vamos cobrar do Iterpa que faça um trabalho mais presente aqui na questão da legalização dos bairros, por exemplo. Também vamos fazer visitas in loco, com os vereadores nas obras que estão sendo desenvolvidas no nosso município, seja pela prefeitura, pelo governo do estado ou governo federal. Esse é o nosso compromisso.
O Estado do Tapajós – Como político o senhor já militou ativamente no movimento
pela criação do Estado do Tapajós. E agora, como presidente da Câmara, qual será
sua postura?
Reginaldo Campos – Nossa postura continua a mesma, em defender a nossa maior
proposta de desenvolvimento para a nossa região que é a criação do Estado do
Tapajós. Vamos continuar dando apoio às ações são desenvolvidas no âmbito regional.
Aqui no âmbito municipal temos o Instituto Cidadão pela Criação do Estado do Tapajós, que funciona dentro da Câmara. A casa disponibiliza uma sala com estrutura para atender essa demanda de funcionários, de pessoas que prestam serviços e de alguns voluntários já vinculados ao poder executivo. Vamos ajudar dando toda a estrutura necessária para que esse Instituto e o movimento possam continuar as ações em favor da criação do Estado do Tapajós. Nós sabemos que é preciso começar tudo de novo, já temos várias ações em andamento, é um trabalho lento, mas que tem que continuar firme, permanente, para que quando haja um novo plebiscito, ele ocorra dentro de uma nova regra que oportunize que apenas a nossa região possa votar. Esse é o nosso compromisso também como presidente da Câmara e como vereador, para ajudar em tudo o que for possível para que esse projeto possa continuar caminhando. Em breve iremos a Brasília para acompanhar como estão os trâmites do projeto.
O Estado do Tapajós – Na sua opinião, a perda de representantes que tivemos na
última eleição, tanto para a Assembleia Legislativa quanto para a Câmara Federal, cria
entraves para aprovação de projetos importantes para Santarém?
Reginaldo Campos – É sempre muito ruim perder espaço. A nossa região perdeu
vários deputados. Santarém foi quem mais saiu perdendo. Mas temos ainda bons
representantes. Itaituba tem o Hilton Aguiar; Altamira tem o Domingos Juvenil;
Oriximiná tem o Júnior Ferrari; Prainha/Monte Alegre têm o Júnior Hage. Então, vamos
com muita humildade nos aproximar deles, para que eles possam ser a voz da região
enquanto nós não temos nenhum deputado. Para a Câmara Federal, temos o deputado Chapadinha, e todos nós esperamos muito dele, para que ele possa superar as expectativas e prestar um bom serviço à região para que a gente não venha a lamentar mais ainda a ausência das nossas lideranças. Eu sempre digo que essa redução de representatividade é também em função do número de habitantes que o Pará tem e a grande concentração de eleitores está na metropolitana de Belém e nós em comparação a eles somos muito pequenos e esse é um argumento inclusive, que eu quero levar aos ministros do Supremo e aos deputados e senadores. Que a nossa
região sempre fica em desvantagem em relação á região Nordeste porque os
municípios são mais próximos, é mais fácil fazer política por lá. Enquanto na nossa
região, para se deslocar, o político muitas vezes depende de avião. Quando ele vai
para algum município distante, não tem condições de voltar para dormir em casa
devido a distância. Enquanto naquela região, os políticos saem para visitar várias
cidades no mesmo dia e ainda voltam para dormir nas suas casas. Fazer política na
nossa região não é fácil.
