GOVERNADOR SIMÃO JATENE CRIA NOVA SECRETARIA PARA SUA FILHA IZABELA ASSUMIR
Simão e Izabela Jatene
A
criação da Secretaria Extraordinária de Integração de Políticas
Sociais, oficializada pela edição do último dia 13 de março do Diário
Oficial do Estado, e entregue ao comando da filha do governador Simão
Jatene, Izabela Jatene, não foi vista com bons olhos pela bancada de
oposição na Assembleia Legislativa à atual gestão estadual.
Poucos meses após uma super reforma administrativa aprovada às pressas
pelo parlamento na legislatura passada e que prometia, com a extinção de
várias secretarias, economias no orçamento, o ato foi visto como “mais
uma nomeação polêmica” e o reforço de que cortar gastos não é a meta, de
fato, na reestruturação do organograma do Poder Executivo.
O petista Carlos Bordalo não se opõe à criação da Secretaria, mas vê a
decisão apenas como uma forma de oficializar Izabela - que antes, à
frente do Pro-Paz, foi protagonista de um pedido de instalação de
Comissão Parlamentar de Inquérito, no ano passado, para investigar um
possível tráfico de influência entre este órgão e o fisco estadual -
como secretária.
“Não vai mudar nada. O problema não é criar secretaria, o problema é a
postura do política do Estado. Vendem a ideia de que o Pro-Paz é uma
grande política social, quando, na verdade, reúne apenas pequenas
atividades, meritórias, sim, mas que não atendem as mais de três milhões
de pessoas que vivem nesse estado em situação social dramática. O
governador fez várias decisões polêmicas na hora de nomear secretários
para o novo mandato, esta é apenas mais uma. A competência de Izabela
não é a questão, a questão é que, em um momento em que se fala tanto em
combate à corrupção, chega a ser inconveniente e inoportuna uma nomeação
como essa”, analisa o deputado.
“Quando o Governo fez a reforma administrativa, tanto na mensagem ao
Legislativo quanto na mensagem à população, foi dito que tudo estava
sendo feito com o objetivo de reduzir os custos, mas o que vemos até
hoje são mais órgãos criados do que extintos. E ainda nomeia a própria
filha para assumir um deles”, corroborou o líder do PMDB na AL, Iran
Lima.
“O Pro-Paz, por exemplo, é um programa que não atende 0,5% da população
do Estado, é preciso de uma articulação que possa ampliar isso. A
competência da filha do governador não é o que se discute aqui, é uma
questão de moralidade, um assunto sobre o qual o próprio governador
tanto fala. Pode até ser legal a nomeação, mas certamente não é vista
com esses olhos pela população do Estado”, justificou.
Fonte: DOL