Advogada que negociou as principais delações da Lava Jato renuncia à defesa dos clientes
A discretíssima advogada Beatriz Catta Pretta, que forçosamente veio à cena como a “musa dos delatores”,
por ter negociado os principais acordos de delação na Operação Lava
Jato, notificou todos os seus clientes nos processo ligados à operação
de que “está se desligando das ações relacionadas à causa”.
A
notificação de Catta Pretta foi protocolada na segunda-feira (20),
quando ela apresentou à Justiça Federal petições informando seu
desligamento das defesas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, do
ex-executivo da Toyo Setal, Augusto Neto, do ex-diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa e suas filhas Ariana Costa Bachmann e Shanni Costa
Bachmann, dos genros de Paulo Roberto Costa, Humberto Sampaio de
Mesquita e Marcio Lewkowicz, e do lobista Julio Camargo.
Aos
clientes, Catta Pretta também enviou notificação avisando que lhes
renunciava a defesa, assinando-lhes prazo de 10 dias para credenciarem
novos advogados nos autos.
As especulações vão desde ameaças
anônimas que a advogada estaria recebendo, até o desconforto causado
pela convocação feita, exclusivamente a ela, pela CPI da Petrobras, para
que explicasse como os seus clientes lhe estavam pagando os honorários.
A aprovação da convocação na CPI foi uma clara e
mesquinha retaliação à advogada, por ela ter conseguido, no STF, o
cancelamento das acareações da CPI com Barusco, pois se os membros da
CPI querem saber como os envolvidos na Lava Jato pagam os advogados,
deveriam convocar todos eles e não somente Catta Pretta.
Mas
os criminalistas que privam com a advogada afirmam que há mais de ano
ela já providenciava a sua mudança do Brasil para Miami, onde tem um
escritório desde o ano passado.