sexta-feira, 7 de agosto de 2015

IRREGULARIDADES NOS AEROPORTOS DE SANTARÉM E ITAITUBA

MPF encontra ilegalidades nos aeroportos de Santarém e Itaituba

Abastecimento de combustíveis nas aeronaves no aeroporto Wilson Fonseca está irregular


Abastecimento de combustíveis das aeronaves no aeroporto Wilson Fonseca está irregular
Abastecimento de combustíveis das aeronaves no aeroporto Wilson Fonseca está irregular
Denúncias de irregularidades no abastecimento de aeronaves em aeroportos de algumas cidades do Pará, entre elas, Santarém e Itaituba, geraram investigação do Ministério Público Federal. Após realizar fiscalização nos seis principais aeroportos do Pará, o MPF encontrou diversas irregularidades no armazenamento, transporte e até no abastecimento de aeronaves.
Por conta das irregularidades, o MPF ajuizou ação contra a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e nove empresas que fazem distribuição de combustível nos aeroportos do Pará. Normas técnicas que regulam o serviço – altamente sensível para a segurança da aviação – estão sendo descumpridas nos seis principais aeroportos do estado, em Belém, Santarém, Marabá, Altamira e Itaituba. A ANP não faz fiscalização presencial nos aeroportos, apenas acompanhamento virtual das atividades.
Para o MPF, as irregularidades podem estar influindo no alto número de acidentes aéreos envolvendo pequenas aeronaves no Pará. O procurador Bruno Valente, que investiga desde 2014 esse aumento no número de acidentes, pediu à Justiça Federal que obrigue a ANP a fazer a fiscalização presencial. Em outra ação judicial que também trata dos acidentes, o Procurador obteve da Justiça liminar que obriga a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a fazer vistorias presenciais.
Nos locais de armazenamento de combustível e abastecimento de aeronaves das nove empresas responsáveis pelo serviço nos aeroportos paraenses foram encontradas dezenas de irregularidades. O desrespeito às normas técnicas inclui problemas que colocam em risco a saúde dos trabalhadores dos aeroportos, ausência de mecanismos para prevenção de incêndios e até de controles que previnem erros no abastecimento das aeronaves.
Além da ANP, são rés na ação as empresas Raizen Combustíveis S.A, Abejet Comércio de Combustíveis e Lubrificantes Ltda, IS Barbosa Santarém Ltda, Petrobras Distribuidora S.A, Fortuna Transportes e Serviços Ltda, Pioneiro Combustíveis Ltda (em Santarém e Itaituba), Vieira Comércio de Combustíveis Ltda e Revendedora de Produtos de Aviação Itaipu Ltda.
De acordo com a ação, “incontáveis são as não-conformidades destas revendedoras, que, dada sua importância, podem acarretar graves danos, tendo em vista sua contribuição direta para a ocorrência de acidentes nas áreas destes trabalhos, inclusive os aéreos que vêm numa crescente desde o ano de 2006”.
“Diante da quantidade de acidentes aéreos comuns neste Estado, melhores olhos devem ser destinados ao procedimento e serviços que se fazem nos aeroportos, isto é, de modo a intensificar as fiscalizações pelos órgãos competentes, bem como mudar a forma com que ela é feita – de virtual para presencial”, diz a ação judicial. O processo nº 0019632-59.2015.4.01.3900 tramita na 5ª Vara da Justiça Federal em Belém.