sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Tapajós: “PR deverá ter candidato próprio à prefeitura de Santarém”

José Maria Tapajós, em entrevista exclusiva, fala sobre o PR e futuro político em Santarém


José Maria Tapajós pode ser candidato a Prefeito
José Maria Tapajós pode ser candidato a Prefeito
Depois de concluir seis mandatos na Câmara Municipal e de governar o Município de Santarém de forma interina, no ano de 2009, o ex-vereador, ex-Prefeito e empresário José Maria Tapajós anunciou oficialmente seu nome, como pré-candidato à Prefeitura Municipal, pelo Partido da Republica (PR), nas eleições de outubro deste ano. Tapajós adiantou que o PR já iniciou as conversações com lideranças comunitárias de Santarém, para que possam se filiar no partido, para participar da convenção em agosto próximo, com a proposta de participar do pleito em outubro. Em relação ao governo municipal, Tapajós declarou que o povo é que deve avaliar o desempenho de Alexandre Von se está bom ou ruim. Em entrevista à nossa reportagem, Tapajós revelou que o recadastramento biométrico deverá prejudicar a eleição e a população, caso não seja concluído em Santarém. Ele acrescentou que em várias comunidades o serviço não chegou e, que milhares de cidadãos poderão perder o direito de votar, assim como ter o título cancelado e perder também vários benefícios sociais. Veja a entrevista:
Jornal O Impacto: Quais os planos do Partido da República para este ano de 2016?
José Maria Tapajós: Este ano de 2016 vai acontecer a eleição municipal, onde vamos ter a oportunidade de eleger o próximo Prefeito e vice-Prefeito e os novos membros da Câmara Municipal. Nesse processo, democraticamente todos que são filiados ao meu partido tem um propósito para o município de Santarém, que poderão ser candidatos a Prefeito, vice e Vereador. Nosso partido, o PR, coincidentemente nesta semana, teve uma reunião em Belém, com a participação do nosso presidente regional, o deputado Lucio Vale e o presidente de honra do partido, Anivaldo Vale; o secretario geral de Santarém, o ex-vereador Eliseu Ramos. Fomos chamados para tratar exatamente sobre a política de Santarém e evidentemente de outros municípios daqui. Temos contato com algumas lideranças, dentre elas, o município de Curuá, que nós temos o ex-vereador Jair Damasceno, que é pré-candidato a Prefeito daquele Município. Falando de Santarém, passamos para a direção estadual, para vice-presidente.
Jornal O Impacto: O PR já está se mobilizando para as eleições de outubro deste ano?
José Maria Tapajós: Os partidos estão se movimentando e preparando suas legendas para a Câmara Municipal e preparando suas candidaturas para disputar a eleição para Prefeito e vice. O PR não é diferente e nós recebemos a incumbência do presidente estadual para trabalharmos numa candidatura a Prefeito pelo Partido e uma chapa de candidatos a vereadores. As convenções acontecerão em agosto, então, vamos ter daqui até lá, tempo para fazer essas articulações. Porém, para filiar aquele ou aquela pessoa que pretende ser candidato a eleição deste ano, o prazo termina exatamente no dia 02 de abril próximo. Temos aqui o advento da biometria, nós temos esse prazo também para quem pretende ser candidato a Prefeito, a vice e Vereador. Por isso, estamos trabalhando e a secretaria do nosso partido está atenta, estamos visitando lideranças e convidando-as para ingressar no PR. Se tiver vontade e quem tiver um projeto, as lideranças empresariais, sindicais, trabalhador em qualquer setor público, têm um projeto para melhorar a vida dos cidadãos santarenos, o PR está aí com as portas abertas e recebendo esses companheiros para colocar o seu nome na convenção em agosto, para ser aprovado na convenção, evidentemente após o referendo e a Justiça Eleitoral homologar e esse pessoal, portanto, vão poder sair candidatos a Vereador, Prefeito e vice.
O PR está pronto em Santarém e, esperando o prazo legal, que é em agosto, para lançar os seus nomes em convenção. Antes disso, vamos continuar conversando com as lideranças e colocando os projetos do PR, para contribuir com o desenvolvimento de Santarém.
Jornal O Impacto: Em termos de articulações, o senhor deve vir como candidato a Prefeito de Santarém?
José Maria Tapajós: Já conversamos com algumas lideranças e recebemos a incumbência de trabalharmos com uma candidatura a Prefeito dentro do PR. Portanto, o nosso nome foi cogitado pelo diretório estadual, para colocarmos à disposição na convenção para a Prefeitura de Santarém. Hoje, o nosso nome foi colocado como pré-candidato a Prefeito, nas eleições de outubro e, vamos conversar com outros partidos pelo mesmo objetivo. O PR tem bons projetos, e eu acredito que na hora que você soma os bons projetos aos seus, quem ganha com isso é a população santarena. O resultado da soma nesse contexto que estamos falando, que reúne partidos, projetos e propostas, nós vamos chegar a um denominador comum e fortalecer a candidatura, mas para isso temos que conversar com o maior número possível de partidos políticos, de lideranças para que a gente possa amadurecer esse projeto. O povo de Santarém e os partidos políticos conhecem muito bem minha trajetória política e, por isso acredito que não vamos ter dificuldades para sentar nas mesas de diversos partidos e, respeitando todos eles e a posição de cada um, até porque alguns deles já lançaram seus pré-candidatos, e nós respeitamos isso e acredito que o nosso nome será bem visto numa negociação e discussão de mesa por outros partidos.
Jornal O Impacto: Qual a sua opinião em relação à falta de diálogo do prefeito Alexandre Von com os vereadores?
José Maria Tapajós: Desde o início do governo do Alexandre Von eu tomei uma postura, porque tendo sido Prefeito, embora num período muito curto e num momento difícil que foi na maior enchente que Santarém já teve, onde houve queda de receita e, é obvio que naquele momento tivemos um desafio enorme, mas tive o apoio da sociedade santarena, de todos os órgãos, de todas as entidades, para que pudéssemos administrar com seriedade o Município de Santarém, no primeiro semestre de 2009. A experiência nós adquirimos, até porque com a experiência da Câmara de 24 anos, como Vereador, desses quatro mandatos como presidente, não resta a menor dúvida que eu, modéstia à parte falando, tenho uma certa experiência para me postular pré-candidato a Prefeito. Com relação à administração do prefeito Von, eu sempre mantive essa postura da população santarena fazer a sua avaliação. Cada um tem a sua forma de administrar e o povo de Santarém certamente avaliará o comportamento e a administração de cada um, naquilo que esteja executando, nesse caso o prefeito Alexandre Von.
Jornal O Impacto: Por conta do recadastramento biométrico ter prazo para encerrar agora em março e várias comunidades do interior de Santarém não terem sido contempladas com o serviço, isso poderá prejudicar a eleição municipal?
José Maria Tapajós: Sem dúvida. Isso não prejudicará apenas a eleição, mas também os cidadãos, principalmente aqueles que precisam da biometria feita para ter acesso a um curso e uma inscrição em benefícios sociais. Esses diretamente serão afetados, como o próprio cidadão que já adquiriu o direito legal de participar do pleito eleitoral. Tivemos uma informação que poderão ficar de fora da eleição mais de 50 mil eleitores, porque terão seus títulos cancelados. Isso é um prejuízo enorme para a população de Santarém. Temos conhecimento de que já existe no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ações para que esse projeto continue, mas que venha a funcionar somente nas eleições de 2018 em diante. Para isso, neste ano o processo eleitoral seria feito igualmente em eleições anteriores. Seria salutar que todos tivessem o direito de votar nessas eleições sem ter o direito de cidadania tirado pela Justiça Eleitoral. Em outras regiões metropolitanas ainda não foi feito esses recadastramento biométrico, como na capital Belém.
Jornal O Impacto: Caso o recadastramento biométrico não possa atingir 200 mil eleitores em Santarém, quem se beneficiará nessa eleição?
José Maria Tapajós: Se não houver segundo turno, a Democracia perde com isso. Dois turnos passam a dar mais opções para os eleitores escolher o prefeito de Santarém. Se o recadastramento não atingir 200 mil eleitores os cidadãos serão totalmente prejudicados, porque a cidade vai ficar sem o segundo turno. Nós podemos ser atropelados por esse novo processo de votação eletrônica.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto