quarta-feira, 23 de março de 2016

No "Painel" da Folha de SP



Sem correria A corregedora do CNJ, ministra Nancy Andrighi, negou nesta segunda dois pedidos liminares contra Sergio Moro. Um queria seu afastamento da função de juiz e, outro, a proibição das divulgações de delações e escutas feitas pela Lava jato. Trata-se de um banho de água fria no desejo do PT e do governo de tirar o quanto antes das mãos de Moro o poder de pedir a prisão de Lula. O CNJ ainda julgará, porém, os seis pedidos para apurar possíveis faltas disciplinares do magistrado.
Haja infantaria Além de Moro, integrantes do governo ainda brigam com o Ministério Público e, agora, com a Polícia Federal. São muitas batalhas simultâneas para um exército tão frágil, alertam auxiliares.
Melhor não Lula foi orientado a não pisar no Planalto para não “afrontar” o Supremo Tribunal Federal.
Tá aí, querido? O ex-presidente tenta, desde a semana passada, marcar um encontro com o vice Michel Temer.
Não é bem isso O advogado Marcello Lavenère, autor do pedido de impeachment de Fernando Collor, contesta as notícias sobre o apoio da OAB à destituição de Dilma. Sustenta que houve a aprovação à abertura do processo, não à deposição em si.
É isso A OAB nega essa versão. A tendência, inclusive, é que a entidade apresente um pedido novo de impeachment, e não faça um complemento ao atual, o que evitaria um novo prazo para a defesa de Dilma. A escolha coincide com a vontade da oposição.
CONTRAPONTO
Ninguém nunca tem o PMDB inteiro
Há exatos 20 anos, FHC vivia suas dúvidas sobre a fidelidade do PMDB. O governo pressionava a sigla a barrar a CPI do Bancos.
No dia 21 de março de 1996, o tucano escreveu em seu diário que o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) telefonara para dizer que metade do partido votara contra a decisão de aceitar a CPI.
— Isso quer dizer o quê? Que estão rompendo com o governo? — perguntou FHC.
— Não! Todos disseram que estão muito felizes com o governo — respondeu Barbalho.
O então presidente da República registra: — Enfim, a embromação de sempre!