terça-feira, 22 de março de 2016

Roubar é comportamento padrão. Ou era...


O Brasil vive um momento singular de sua história. A tão esperada, e também temida, reconstrução ética e moral está acontecendo. E a pressão vem de onde sempre veio: das bases. A primeira instância da Justiça tomou para si o encargo de desenovelar os meandros de uma cadeia de corrupção e desmandos que começou ainda na colonização e se espraiou contaminando todos os poderes e instituições. Impassível e imobilizado diante dos fatos, o povo também se contaminou e o ‘jeitinho brasileiro’ se tornou comportamento padrão, substituindo a legalidade, a moral e a ética. O uso pessoal do poder, das empresas e dos recursos públicos é crime constitucionalmente previsto.O momento é tão revelador que ‘doutores da lei’ e autoridades questionam uma suposta inversão de competência da primeira instância judicial. E o fazem pelo pior ângulo da questão, que é olhar apenas possíveis ‘falhas’ jurídicas deixando de lado o debate em torno dos crimes e desmandos praticados pelos envolvidos. Felizmente, contra a estratégia de politizar a questão para ‘vitimizar’ Lula se impôs seu próprio comportamento, e do governo, de tentar burlar a boa-fé e a legalidade.
As sucessivas derrotas de Lula diante do Judiciário fortalecem a primeira instância judicial, que é, sem dúvida, o canal constitucional para se investigar e punir crimes de cidadãos que não detém o manto da imunidade (que não pode ser travestido de impunidade).

NÃO VALE A PENAOs motivos que  levaram o Brasil a chegar à crise financeira atual foram, entre outras, as ‘escancaradas’  concessões fiscais para beneficiar setores produtivos.  Isto num momento em que a arrecadação estadual e municipal continua a cair. Seria o mesmo que ‘sacrificar’ mais ainda a população para beneficiar uma atividade que só se pratica nos tempos de ‘vacas gordas’.