sábado, 7 de maio de 2016

Sem transição



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Em reunião no Palácio do Planalto, o politburo petista, comandado pelo ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, resolveu transformar a Presidência da República em prefeitura de interior, onde as acirradíssimas disputas municipais, via de regra, arrasam os latifúndios e o prefeito eleito assume sem saber onde pisar, eis que aquele que saiu não lhe diz nem até mais ver.
Aquiesceram os áulicos aos fatos e concluíram que só um milagre evitaria o afastamento da presidente Dilma, pelo Senado, nessa primeira votação, quando se exige apenas maioria simples.
Intuíram, todavia, que ainda podem impedir que, ao final, Michel Temer, empossado por 180 dias, alcance os dois terços necessários para cassar a presidente, por isso, resolveram que o Planalto não fará o processo de transição a Michel, e ele que se vire para descobrir onde é o banheiro, quando lhe vir a dor de barriga, ou seja, para a turma a Presidência não é da República, mas de Dilma.
O politburo, inobstante, justifica política e juridicamente a atitude, alegando que “transição é quando há um governo eleito, com legitimidade. Não é este o caso”.
O argumento é de algibeira, pois a legislação que estatui o instituto da transição não autoriza a ninguém interpretar se ele deve, ou não, proceder, apenas determina que ela haja, estabelecendo as regras para que, obrigatoriamente, ocorra, e não fazê-la, é ato de improbidade administrativa pela qual a presidente poderá, oportunamente, responder.