Os integrantes do grupo, que se comunica em português, já estariam sendo monitorados pela Abin
O grupo é chamado Nashir Português, o mesmo nome do canal criado pelos extremistas há cerca de 15 dias, com o objetivo de arregimentar brasileiros para a causa jihadista. Uma estratégia análoga à da Nashir News Agency, usada pelo EI para divulgar manifestos e fazer propaganda. Os integrantes do grupo, que se comunica em português, já estariam sendo monitorados pela Abin. Eles têm usado o aplicativo Telegram.
TERRORISTAS BUSCAM SIMPATIZANTES
Segundo informações de uma fonte da área de segurança, as mensagens têm inclusive um discurso de Abu Muhammad al-Adnani, porta-voz do Estado Islâmico. Em nota, a Abin informou que a troca de mensagens pelas redes sociais tem sido bastante usada pelos jihadistas para arregimentar principalmente jovens: “O compartilhamento desses conteúdos em grupos de troca de mensagens instantâneas é uma estratégia utilizada não apenas no Brasil. Organizações terroristas têm empregado ferramentas modernas de comunicação para ampliar o alcance de suas mensagens de radicalização direcionadas, em especial, ao público jovem”.

Reunião
do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, em reunião com o
Centro Geral de Defesa de Área (CGDA), do Ministério da Defesa
Nesta quinta-feira, durante reunião sobre a segurança na Olimpíada do Rio, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, negou que o assunto tenha sido discutido com representantes do Ministério da Defesa e com o superintendente-geral da Abin, Frank Oliveira. O encontro aconteceu no Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Nova.
— Isso não chegou a nós. Se a Abin tem essa informação, deve trabalhar para desbaratar esse grupo — disse Beltrame.
Durante a reunião, ficou acertado que 15 mil homens das Forças Armadas vão reforçar a segurança em vias expressas, terminais rodoviários, aeroportos e no bairro de Deodoro.

Grupo de policiais franceses e brasileiros treina no metrô do Rio para possível ataque terrorista durante a Olimpíada
— Poderia ser uma forma de eles fazerem propaganda, porque é um evento de nível internacional, haverá muitas representações de países expressivos. Não podemos prever se vai acontecer algo. O ponto é que devemos estar capacitados para evitar qualquer tentativa. E eu não sei se a Abin está preparada. Os serviços internacionais têm falhado, não conseguem prever certas coisas.
RELATÓRIO TRATA DE POSÍVEL AMEAÇA
Stephani chama atenção para a falta de comunicação entre os setores de inteligência do país:
— Os serviços de inteligência das Forças Armadas e os das polícias Federal, Militar e Civil não falam entre si.
Para o coronel Diógenes Dantas Filho, consultor de segurança, o monitoramento das comunicações é imprescindível:
— O terrorista é extremamente discreto e só fala o essencial. Por
telefone, vale-se de códigos e da desinformação. Pouco escreve e usa a
memorização para evitar rastro.Há dois meses, a Abin divulgou um relatório sobre uma possível ameaça terrorista durante os Jogos. A Polícia Federal de Santa Catarina chegou a investigar um suspeito, em Chapecó, por ele ter recebido treinamento na Síria.
[Com AGÊNCIA O GLOBO]