quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mais belo tÍtulo para o Estado: Pará lidera o ranking regional de trabalho infantil.

Cerca de 15 mil crianças entre 5 a 7 anos trabalham no estado.

Dados mostram que 10,66% de crianças e adolescentes estão ocupadas.

Do G1 PA
MP quer combater trabalho infantil nas estradas do Pará (Foto: Fernando Araújo/O Liberal)Crise econômica contribui para o aumento do tranalho infantil, diz analista do DIEESE-PA (Foto: Fernando Araújo/O Liberal)
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (7) os dados sobre o trabalho infantil na região norte nos anos de 2013 e 2014, no Fórum Paraense de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Trabalho do Adolescente (FPETIPA), em Belém. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE, o trabalho infantil no norte do país avançou 11,8%. No Pará, 10,66% de crianças e adolescente estão ocupadas.
O Pará tem a maior população infanto-juvenil da região norte. São 2,1 milhões de crianças e adolescentes residentes entre 5 e 17 anos. Deste total, 223,9 mil estão ocupadas, em 2014. Na faixa etária de 5 a 7 anos, o Pará é o líder do ranking da região, com 14,9 mil crianças ocupadas. Se relacionar os números com o do ano de 2013, de 8,7 mil crianças ocupadas, houve um aumento de 71,59%.
Embora apresente o maior percentual de crianças ocupadas entre 5 a 9 anos, o estado está entre as últimas posições do no ranking regional, se consideradas as faixas com 10 a 14 e 15 a 17 anos, lideradas, respectivamente, pelo Acre e Amapá.
Para analista Roberto Sena, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Pará), a crise econômica vivida no país, acarretando o fechamento de postos de trabalho em larga escala, contribui para o aprofundamento deste problema social, principalmente na casta populacional com menor rentabilidade mensal. “Infelizmente, o trabalho infantil perpassa todas as cadeias produtivas, do comércio à indústria e serviços, e esse é um cenário nacional”, acrescentou Roberto Sena.
Somente no Pará, nos quatro primeiros meses de 2016, 12 mil postos de trabalhos foram fechados, média negativa de 3 mil postos ao mês. Se contabilizar nos últimos 12 meses, o estado está com saldo negativo de 42 mil postos de trabalho, situação que preocupa Sena. “A tendência, devido a crise econômica, é que para o futuro o crescimento do trabalho infantil aumente, mesmo com trabalhos de conscientização e políticas públicas”, analisou Sena, informando também que os dados do trabalho infanto juvenil do período de 2015 serão concluídos e divulgados no segundo semestre deste ano pelo IBGE e DIEESE.