Se
há uma coisa que não se verga à crise é a publicidade institucional. É
através dela que todos os governos, sem exceção que se honre, exercem
desavergonhada propaganda eleitoral extemporânea para promover o gestor
de plantão.
Nessa seara o governo do Pará faz
questão de extrapolar sempre, e mesmo com cortes anunciados e serviços
públicos sofríveis, Simão Jatene prevê torrar R$ 39,6 milhões em
propaganda, em 2017.
Mas não nos iludamos:
sempre há um aditivo daqui e outro dacolá nesses contratos públicos e
quando 2017 se finar é bom dar uma olhada no que foi executado e não
será surpresa se a conta tiver subido
Até
dezembro de 2015, o governo do Pará já havia liquidado, desde 2011, R$
216 milhões em propaganda. Havia uma previsão de R$ 40 milhões para o
ano de 2016, o que autoriza afirmar que, desde janeiro de 2011, quando
assumiu o governo, Simão Jatene já gastou cerca de R$ 256 milhões com
propaganda.
E com mais esses R$ 39,6 milhões
previstos para 2017, se apenas nisso ficar, em sete anos a propaganda
pura simples terá levado R$ 295,6 do bolso dos paraenses, o que vem a
ser uma média de R$ 42,2 milhões por ano ou R$ 3,5 milhões por mês.
Fazer
o que? Nesse contexto, a mentalidade do político brasileiro – e ele
leva isso para a administração pública – é de um fordismo extremo. Foi
Henry Ford quem disse que “se ele tivesse um único dólar, investiria em propaganda”.
A diferença aí é que o dólar era dele.