A corrupção virou a grande explicação para todos os males do Brasil.
De repente, a justificativa para o aumento da gasolina passou a ser a
existência de corrupção na Petrobras. A culpa do aumento da conta de
luz? Está na corrupção. A necessidade de ajuste fiscal, com corte de
verbas para ministérios e investimentos do governo? Foi resultado do
prejuízo causado pela corrupção. Os problemas na saúde pública? O
aumento do desemprego? Os cortes na educação e em benefícios dos
trabalhadores? Tudo causado pela corrupção.
Em resposta a tanta descrença na política nacional, o governo
promete, promete e promete, mas nada resolve. Sempre se manifestam com a defesa da reforma
política e o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais. Entretanto, há outros fatores além da corrupção que
configuram os problemas na política nacional.
Podemos começar falando da perda de identidade dos partidos políticos
ou até do aumento excessivo do número de partidos políticos. Ao longo
da história política brasileira, houve um aumento significativo do
número de partidos no universo político, cujas intenções iniciais eram a
de canalizar e representar as demandas sociais. No entanto, com os
anos, a ideologia política passou a ser cada vez menos importante,
reforçando a sensação de distanciamento entre representantes e
representados.
A situação de descrédito tem sua origem na ideia comum de que a
maioria dos políticos, após eleitos, atua em favorecimento de uma
pequena parcela da população, não atendendo as principais demandas da
maioria dos eleitores. Hoje, os sentimentos que permeiam o cotidiano dos
brasileiros são a decepção, a frustração, a insatisfação. Estamos
inundados por uma sensação de injustiça, impunidade e impotência diante
de tudo que acontece no cenário publico.
Por princípio básico, o objetivo da democracia é alcançar o bem
comum, a igualdade econômica, política e social. Não há democracia sem
diálogo e a população precisa ser ouvida. O Brasil é muito maior do que
as dificuldades que estamos vivendo hoje. No entanto, devemos ter em
mente que para construção de uma nação livre da corrupção e de toda a
desigualdade que enxergamos hoje, é necessário que a mudança comece em
cada um de nós, através da consciência e da cobrança efetiva aos que nos
representam na política. Devemos exigir não apenas uma política mais
justa, mas precisamos trabalhar por uma sociedade mais ética.
( Por: José Colares - Blog do Colares.)