O senador Randolfe Rodrigues usou a tribuna do senado para ofender um
oficial de alta patente do Exército Brasileiro. As suas palavras, que
estão gravadas no site do senado e
em vídeo, foram: ” … a história se repete como farsa […] as
declarações do general Mourão podem ser a opinião isolada de um
“maluco”, mas a possibilidade de chantagem das Forças Armadas mostra a
falta de autoridade do presidente Michel Temer …”
A resposta do General de Brigada Paulo Chagas foi imediata.
Leia abaixo o email que ele enviou ao senador:
Exmo Sr Senador Randolfe Rodrigues
Corrija-me,
por favor, se eu estiver enganado, mas, de acordo com as minhas
observações, baseadas na forma como VExa faz seus pronunciamentos
públicos, o Sr faz parte de uma minoria que se julga discriminada no
conjunto da sociedade e que, coerentemente, empenha-se pela aprovação de
leis que privilegiem o seu direito à vida, à manifestação de suas
opções e à integridade física, acima do que é oferecido aos demais
brasileiros. Repito, por favor, corrija-me e desculpe-me se eu estiver
enganado!
Pensando
assim, julgo ser incoerência da sua parte a exclusão dos militares do
direito à opinião e a criminalização das Instituições Armadas por
realizarem a análise e o planejamento da execução das suas missões
constitucionais.
O seu
pronunciamento na Tribuna do Senado a respeito da palestra e das
declarações do General Antônio Hamilton Mourão, no Grande Oriente do
Brasil, permite acreditar que, na sua opinião, os militares não têm esse
direito e que devem ser considerados e tratados como cidadãos de
segunda classe, condenados ao silêncio e ao servilismo!
O Sr, se refere a um integrante do Alto Comando do Exército como “maluco”, e à instituição a que pertence como “chantagista”
sem considerar que fazem parte da sociedade e da estrutura
organizacional do estado brasileiro e desconsidera que a democracia
garante a TODOS os brasileiros o direito de pensar, querer, defender
suas ideias e anseios e de exercer, na plenitude, a sua profissão e o
seu dever profissional!
A
postura adotada por VExa, nos permite aduzir que, na sua maneira de
pensar, a divulgação de posições pessoais e, neste caso, PROFISSIONAIS
de militares, mesmo que no ambiente reservado de um Templo Maçônico,
constitui-se em ameaça à democracia e à hierarquia, quando, na verdade, é
e foi, apenas, a difusão da análise institucional de uma missão
prevista na constituição!
Os
militares, Senador Randolfe, têm o dever de estar SEMPRE atentos às
conjunturas interna e externa para, SE NECESSÁRIO, correr em socorro da
Pátria e da sociedade quando essas estiverem dominadas pela ilegalidade e
pela desordem, como é, sem dúvida, o rumo tomado pelo Brasil quando o
observamos de dentro do local de trabalho de VExa.
Mais
ainda, senhor Senador, as FFAA devem planejar seu emprego dando
prioridade às hipóteses mais extremas e graves, como é o caso da
situação de completa ausência de condições de qualquer dos poderes para
cumprir seus deveres e de assumir a iniciativa das providências
necessárias ao restabelecimento da ordem e do cumprimento das leis,
conforme foi comentado pelo General!
Na opinião de grande parte da sociedade, onde incluo a minha, considerando a fragilidade moral dos três poderes da República, essa
hipótese, além de ser a mais grave, é também a de maior probabilidade
de ocorrer, portanto, senhor Senador, crescem de importância, de
seriedade e de utilidade pública as declarações do brilhante militar
pretensiosamente criticado por VExa.
Sugiro
que o Sr medite sobre a incoerência e o despropósito do seu
pronunciamento e que, em oportunidade que obviamente não lhe faltará,
retrate-se publicamente, para o bem da verdade, da sua imagem e da
tranquilidade do povo dessa terra devastada pela prática da demagogia,
da desonestidade e da irresponsabilidade, como VExa muito bem sabe!
Respeitosamente
General de Brigada Paulo Chagas