As peças do Centro para a Preservação da Arte, da Cultura e da Ciência
Indígena (CPAI), que atualmente se encontram sob os cuidados do Governo
do Estado, mais precisamente do Departamento do Patrimônio Histórico
Arquitetônico Cultural do Estado (DPHAC), podem retornar à sua terra de
origem: a vila de Alter do Chão, em Santarém. Esse é um dos propósitos
da solicitação feita pelo vereador Valdir Matias Jr. (PV) ao presidente
da Alepa, deputado Márcio Miranda, no último dia 28 de março. Fundado em
1991 pelo norte-americano David Richardson e a índia Maria Antônia
Caxinauá, o museu fechou suas portas à visitação pública há mais de 15
anos, quando uma disputa judicial entre o casal fundador, culminou no
fim de um dos mais importantes centros culturais da Amazônia. O Museu do
Índio reunia artefatos que representavam as tradições culturais de 70
povos indígenas da região Amazônica e também do Mato Grosso. Estima-se
que após o seu fechamento, o acervo com mais de 4 mil peças, das quais
1.500 estão devidamente curadas por técnicos do Museu Emílio Goeldi e
tidas como originárias de diversas etnias indígenas, enquanto o restante
é formado por réplicas de cunho comercial, foi levado do seu local de
origem.
Guilherme Taré, produtor cultural, é procurador público do acervo e há
12 anos tenta resgatar o acervo do antigo museu de Alter do Chão, que
encontra-se em Belém. Ele próprio assumiu a responsabilidade em lutar
pelo retorno das peças para Santarém, como forma de preservar a história
dos povos indígenas da Amazônia. Taré esteve na capital onde conversou
pessoalmente com o secretário de Turismo do Estado, Adenauer Góes, e
manteve contato com a assessoria parlamentar do deputado Márcio Miranda.
Foi lá que recebeu orientações sobre os procedimentos que devem ser
tomados para que juntos, seja viabilizado o retorno do acervo para o seu
local de origem. Matias Jr., articula junto aos seus pares e à Casa, o
apoio necessário para que esse processo de reintegração das peças do
Museu do Índio seja mais célere.