sexta-feira, 11 de maio de 2018

Coruja: “População padece com omissão de Jatene”

Willares Sousa mostra revolta e indignação com descaso do Governador
Ações executados pelo governador Simão Jatene, na perspectiva de combater o tsunami de violência que assola o estado do Pará, especificamente a Região Metropolitana de Belém, não têm surtido efeito, uma vez que a cada dia, os índices de criminalidade só aumentam.
Segundo o levantamento do Atlas da Violência, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), nos primeiros quatro meses do ano, foram mais de 1.050 pessoas vítimas de homicídios em todo o estado do Pará, sendo mais 22 policiais.
Tanto descaso por parte de Jatene – que recentemente recusou pela segunda vez a oferta da União para reforçar a segurança por meio da presença da Força Nacional -, fez com que o repórter policial Williares Sousa, o popular ‘Coruja’, realizasse um desabafo em favor da sociedade:
“Nós acompanhamos todos os dias, o número alarmante de homicídios na grande Belém, em especial a matança de policiais. Uma verdadeira guerra, onde o Estado, que deveria defender o cidadão de bem, está sendo omisso. Porque o senhor Jatene, que se mostra tão preocupado, não aceitou o reforço da segurança pública do governo federal, por meio da vinda da Força Nacional? Quantos policiais ainda terão que morrer na mão da bandidagem, para que o governador levante da sua cadeira, e receba a Força Nacional? É preciso ajudar o povo do Pará que não aguenta mais viver nesta guerra. Jatene, faça algo urgente, pois os bandidos estão tomando conta do estado do Pará, e o senhor, simplesmente cruzando os braços, não está nem aí. Parece até brincadeira. Faça o favor, de ter vergonha na cara, e trabalhe em prol da sociedade. Seu Governador, já passou da hora do senhor agir, e deixar de cruzar os braços, enquanto dezenas de pais, mães e filhos estão perdendo a vida em uma guerra descabida, onde o Estado deveria ser forte, mas mostra uma fraqueza sem fim”, desabafa Williares.
O ícone da reportagem policial, com 38 anos de experiência, faz uma ressalva: “Graças a Deus, à sociedade civil organizada, à imprensa e aos profissionais dedicados e competentes que atuam na segurança pública de Santarém e Região, que a população está bem assistida. Aqui, apesar de não termos a tranquilidade de tempos atrás, ainda mantemos índices aceitáveis, principalmente de homicídio e latrocínio, sendo que a preocupação maior é o tráfico de drogas”.
A SOLUÇÃO: Para Williares Sousa, é preciso muito mais do que somente equipar as polícias e contratar. Segundo ele, é preciso valorizar os agentes de segurança com melhores salários e efetivar e fortalecer as políticas públicas para que as crianças e os adolescentes possam ter oportunidade de uma escola digna, de qualidade e assim não enveredem para o submundo da criminalidade.
“A gente tem verificado que a violência aumentou assustadoramente no estado do Pará, em especial na região metropolitana de Belém. A culpa não é da sociedade. Tudo é reflexo da falta de políticas públicas, e acima de tudo, o governador que virou as costas para a população. Os paraenses estão abandonados, e sofrem com a omissão de Simão de Jatene. Hoje, o policial sai da sua casa, sem saber se volta, e para arriscar a própria vida em defesa da sociedade, ganha um péssimo salário. Toda essa violência que toma conta do estado do Pará, é culpa do governo do estado”, expõe Coruja.
JUVENTUDE PERDIDA: Não é de hoje que o envolvimento de menores em crimes tem preocupado os santarenos e também os órgãos de segurança. Com pouca iniciativa por parte da classe política, em executar políticas públicas voltadas a retirar o jovem desse futuro nebuloso, prevalecem as ações particulares, tais como projetos sociais que trabalham a questão do esporte.
Sem atenção dos governantes, os menores acabam se esvaindo no submundo do crime. O fato é que diariamente na Seccional de Polícia Civil, menores são apreendidos por envolvimento em furtos, roubos e tráfico de drogas.
Na Delegacia de Polícia é possível observar o desespero dos genitores dos jovens que são apreendidos. Muitos, sem mais saber o que fazer, solicitam que a Justiça determine a internação na Fasepa.
O aumento exponencial destes casos, também tem preocupado o experiente repórter policial, Williares Sousa, o popular Coruja, que com 38 anos de experiência na cobertura das notícias policiais, tem percebido o caminho devastador que nossa juventude está tomando:
“A juventude está muito enveredada no mundo criminoso. A gente verifica que o furto, roubo, tráfico de substância entorpecente, a prostituição infantil, tem atingido fortemente os menores. O que mais verificamos no município de Santarém, são menores envolvidos no tráfico de drogas. Nós percebemos que é uma preocupação muito grande dos órgãos de segurança pública, o fato do aumento do envolvimento dos jovens no crime. Para mim, que acompanho há muitos anos as notícias policiais, tudo é uma questão de família. Você pai, você mãe, vocês têm que monitorar muito mais o seu filho, para que ele não entre para o mundo tortuoso. Por quê? Porque se tiver o furto, é porque tem o comprador. Se tem o assaltante, é porque tem o receptador. Se tem o tráfico de drogas, é porque tem o traficante que disponibiliza a droga. Então, tudo isso é questão de família. Você tem que reunir e conversar mais com seus filhos”, afirma Coruja.
Williares Sousa faz o alerta principalmente para os pais: “Os pais não podem deixar os filhos caírem no mundo das drogas, caso contrário, será o fim. Porque o traficante quer usar o seu filho para ser um escudo para ele. Depois que começa a consumir, ele também quer vender, em seguida, ele quer conseguir ser um alto traficante, e acaba morrendo”, orienta.
Para o comunicador, o crescimento de crimes praticados por menores tem como base dois aspectos. Primeiro, a falta de políticas públicas que deem possibilidade do jovem não se aproximar do crime. Segundo, a família, que tem que saber educar, orientar e dialogar.
O repórter policial é enfático ao dizer que o caso é muito sério, que precisa de uma solução imediata, caso contrário, teremos uma geração perdida para o mundo do crime.
“O menor de apenas 14, 15 anos de idade, enveredando-se no mundo criminoso. Muitos menores, envolvidos em tráfico de substância entorpecente, menores envolvidos diretamente com o roubo em Santarém. Isso é resultado da falta de políticas públicas, é falta de mais apoio do governo estadual, para que melhore a segurança pública de nosso Município, e também o Judiciário da Infância e Juventude, o Conselho Tutelar que tem de ser mais ágil nessa situação de nossa juventude estar se enveredando no mundo criminoso. É muito lamentável, é muito triste, vermos a maior parte de nossos jovens envolvidos em delitos aqui em Santarém”, conclui.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto