
Willares Sousa mostra revolta e indignação com descaso do Governador
Ações executados pelo governador Simão
Jatene, na perspectiva de combater o tsunami de violência que assola o
estado do Pará, especificamente a Região Metropolitana de Belém, não têm
surtido efeito, uma vez que a cada dia, os índices de criminalidade só
aumentam.
Segundo o levantamento do Atlas da
Violência, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA), nos primeiros quatro meses do ano, foram mais de 1.050 pessoas
vítimas de homicídios em todo o estado do Pará, sendo mais 22 policiais.
Tanto descaso por parte de Jatene – que
recentemente recusou pela segunda vez a oferta da União para reforçar a
segurança por meio da presença da Força Nacional -, fez com que o
repórter policial Williares Sousa, o popular ‘Coruja’, realizasse um
desabafo em favor da sociedade:
“Nós acompanhamos todos os dias, o
número alarmante de homicídios na grande Belém, em especial a matança de
policiais. Uma verdadeira guerra, onde o Estado, que deveria defender o
cidadão de bem, está sendo omisso. Porque o senhor Jatene, que se
mostra tão preocupado, não aceitou o reforço da segurança pública do
governo federal, por meio da vinda da Força Nacional? Quantos policiais
ainda terão que morrer na mão da bandidagem, para que o governador
levante da sua cadeira, e receba a Força Nacional? É preciso ajudar o
povo do Pará que não aguenta mais viver nesta guerra. Jatene, faça algo
urgente, pois os bandidos estão tomando conta do estado do Pará, e o
senhor, simplesmente cruzando os braços, não está nem aí. Parece até
brincadeira. Faça o favor, de ter vergonha na cara, e trabalhe em prol
da sociedade. Seu Governador, já passou da hora do senhor agir, e deixar
de cruzar os braços, enquanto dezenas de pais, mães e filhos estão
perdendo a vida em uma guerra descabida, onde o Estado deveria ser
forte, mas mostra uma fraqueza sem fim”, desabafa Williares.
O ícone da reportagem policial, com 38
anos de experiência, faz uma ressalva: “Graças a Deus, à sociedade civil
organizada, à imprensa e aos profissionais dedicados e competentes que
atuam na segurança pública de Santarém e Região, que a população está
bem assistida. Aqui, apesar de não termos a tranquilidade de tempos
atrás, ainda mantemos índices aceitáveis, principalmente de homicídio e
latrocínio, sendo que a preocupação maior é o tráfico de drogas”.
A SOLUÇÃO: Para
Williares Sousa, é preciso muito mais do que somente equipar as polícias
e contratar. Segundo ele, é preciso valorizar os agentes de segurança
com melhores salários e efetivar e fortalecer as políticas públicas para
que as crianças e os adolescentes possam ter oportunidade de uma escola
digna, de qualidade e assim não enveredem para o submundo da
criminalidade.
“A gente tem verificado que a violência
aumentou assustadoramente no estado do Pará, em especial na região
metropolitana de Belém. A culpa não é da sociedade. Tudo é reflexo da
falta de políticas públicas, e acima de tudo, o governador que virou as
costas para a população. Os paraenses estão abandonados, e sofrem com a
omissão de Simão de Jatene. Hoje, o policial sai da sua casa, sem saber
se volta, e para arriscar a própria vida em defesa da sociedade, ganha
um péssimo salário. Toda essa violência que toma conta do estado do
Pará, é culpa do governo do estado”, expõe Coruja.
JUVENTUDE PERDIDA: Não é
de hoje que o envolvimento de menores em crimes tem preocupado os
santarenos e também os órgãos de segurança. Com pouca iniciativa por
parte da classe política, em executar políticas públicas voltadas a
retirar o jovem desse futuro nebuloso, prevalecem as ações particulares,
tais como projetos sociais que trabalham a questão do esporte.
Sem atenção dos governantes, os menores
acabam se esvaindo no submundo do crime. O fato é que diariamente na
Seccional de Polícia Civil, menores são apreendidos por envolvimento em
furtos, roubos e tráfico de drogas.
Na Delegacia de Polícia é possível
observar o desespero dos genitores dos jovens que são apreendidos.
Muitos, sem mais saber o que fazer, solicitam que a Justiça determine a
internação na Fasepa.
O aumento exponencial destes casos,
também tem preocupado o experiente repórter policial, Williares Sousa, o
popular Coruja, que com 38 anos de experiência na cobertura das
notícias policiais, tem percebido o caminho devastador que nossa
juventude está tomando:
“A juventude está muito enveredada no
mundo criminoso. A gente verifica que o furto, roubo, tráfico de
substância entorpecente, a prostituição infantil, tem atingido
fortemente os menores. O que mais verificamos no município de Santarém,
são menores envolvidos no tráfico de drogas. Nós percebemos que é uma
preocupação muito grande dos órgãos de segurança pública, o fato do
aumento do envolvimento dos jovens no crime. Para mim, que acompanho há
muitos anos as notícias policiais, tudo é uma questão de família. Você
pai, você mãe, vocês têm que monitorar muito mais o seu filho, para que
ele não entre para o mundo tortuoso. Por quê? Porque se tiver o furto, é
porque tem o comprador. Se tem o assaltante, é porque tem o receptador.
Se tem o tráfico de drogas, é porque tem o traficante que disponibiliza
a droga. Então, tudo isso é questão de família. Você tem que reunir e
conversar mais com seus filhos”, afirma Coruja.
Williares Sousa faz o alerta
principalmente para os pais: “Os pais não podem deixar os filhos caírem
no mundo das drogas, caso contrário, será o fim. Porque o traficante
quer usar o seu filho para ser um escudo para ele. Depois que começa a
consumir, ele também quer vender, em seguida, ele quer conseguir ser um
alto traficante, e acaba morrendo”, orienta.
Para o comunicador, o crescimento de
crimes praticados por menores tem como base dois aspectos. Primeiro, a
falta de políticas públicas que deem possibilidade do jovem não se
aproximar do crime. Segundo, a família, que tem que saber educar,
orientar e dialogar.
O repórter policial é enfático ao dizer
que o caso é muito sério, que precisa de uma solução imediata, caso
contrário, teremos uma geração perdida para o mundo do crime.
“O menor de apenas 14, 15 anos de idade,
enveredando-se no mundo criminoso. Muitos menores, envolvidos em
tráfico de substância entorpecente, menores envolvidos diretamente com o
roubo em Santarém. Isso é resultado da falta de políticas públicas, é
falta de mais apoio do governo estadual, para que melhore a segurança
pública de nosso Município, e também o Judiciário da Infância e
Juventude, o Conselho Tutelar que tem de ser mais ágil nessa situação de
nossa juventude estar se enveredando no mundo criminoso. É muito
lamentável, é muito triste, vermos a maior parte de nossos jovens
envolvidos em delitos aqui em Santarém”, conclui.
Por: Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto