sexta-feira, 20 de julho de 2018

Mário Couto: “Jatene transformou o Pará no Estado mais violento do Brasil”

Ex-Senador diz que a corrupção é uma praga que não deixa nenhuma lavoura prosperar
Nesta semana recebemos a visita do ex-senador Mário Couto, que está visitando nossa região como pré-candidato novamente ao Senado. Ele atendeu nosso convite e concedeu entrevista exclusiva, onde falou sobre vários assuntos, entre os quais, faz uma análise sobre o governo de Simão Jatene. Veja a entrevista na íntegra:
Jornal O Impacto: Conte-nos sobre sua vinda a Santarém e região.
Mário Couto: Meus amigos, em primeiro lugar eu quero agradecer a gentileza da direção do Jornal O Impacto por estar me recebendo aqui como pré-candidato ao Senado. Agradeço a todos pela acolhida que estou tendo aqui em Santarém, ao meu amigo Paulo Barrudada e sua esposa Fabrícia Barrudada, que é minha suplente; ao prefeito Nélio Aguiar que me acolheu tão bem em uma reunião, ao vice-prefeito José Maria Tapajós; ao presidente da Câmara, Antônio Rocha; demais vereadores. Enfim, a todo o povo dessa terra querida. Santarém é uma terra singular, uma terra maravilhosa, assim como todo oeste do Pará. Me sinto feliz e satisfeito quando piso neste solo, me sinto muito à vontade e tenho muitos amigos aqui. Por isso estou aqui com minha família, meus filhos e minha esposa, andando por este Estado, pois eu acho que Santarém já é uma capital. Me sinto muito feliz em ver o tratamento que esse povo tão hospitaleiro presta a mim.
Jornal O Impacto: Você está andando agora por toda essa região e hoje todo mundo já sabe que o senhor é um pré-candidato ao Senado, sendo que já esteve no Senado por 8 anos e foi eleito pelo PSDB, mas hoje está em um partido diferente.
Mário Couto: Exato, estou no Partido Progressista (PP), apenas “P” mesmo de progressista. Militei no PSDB durante 29 anos, eu fui um dos braços direitos de Almir Gabriel, foi ele que me colocou na política, um Governador que marcou história no estado do Pará. Nós fomos líder com Almir Gabriel, nós fomos presidente da Assembléia legislativa, dezesseis anos como Deputado Estadual, e oito anos como Senador da República, total de 24 anos de mandatos consecutivos, dentro do PSDB. Depois, como não fiquei satisfeito com algumas atitudes do atual Governador, que é hoje quem manda no PSDB, ter tirado a minha vaga passada do Senado, quando o Brasil e o Pará inteiro pediam que eu fosse Senador novamente. Fiz um trabalho singular, fiz um trabalho que o País esperava que fizesse, que o Pará esperava que eu fizesse, fui o maior combatente da corrupção deste Brasil. Na história de qualquer legislatura do Senado Federal, ninguém combateu a corrupção como Mário Couto. E o Brasil inteiro clamava pela minha volta, e de repente houve uma jogada, que não cabe entrar aqui nesse assunto, e acabaram me tirando do Senado Federal. Mas estou aqui e mudei de partido, estou muito satisfeito. Logicamente pra onde meu partido for eu estarei, já sei que o meu partido vai fazer uma coligação com MDB, e eu vou estar nesta coligação porque sou partidário, sempre fui fiel aos meus partidos; tive três partidos em toda minha história política, e nós estamos fazendo uma coligação logicamente para que o País inteiro e o Pará tenham um Senador da Republica com a coragem e capacidade de poder continuar na luta contra a corrupção.
Jornal O Impacto: É isso que eu iria exatamente falar. É notório hoje o pensamento da grande maioria do povo Brasileiro quando consultado, que é a questão da corrupção.
Mário Couto: A corrupção é uma praga que não deixa nenhuma lavoura prosperar. É uma praga que não deixa nenhum País se desenvolver. Olha, só para ter uma idéia, tudo o que disse no Senado Federal em relação à corrupção, aconteceu. Todas as pessoas hoje que estão presas fui eu que denuncie, qualquer dúvida é só entrar no site do Senado e verificar meus pronunciamentos. Teve um deles que eu jamais esqueço, que eu dizia que o País estava à beira do abismo e que nós íamos cair dentro. E é o que aconteceu, nós estamos hoje dentro do abismo. Aquelas políticas ninguém nem fala, totalmente desacreditadas, totalmente desmoralizadas, e é possível pensar o seguinte, meu amigo e minha amiga, você que me vê na sala da sua casa, pense que o que foi roubado desse País não foi pouco, foram trilhões de reais; só a Lava Jato e o juiz Sérgio Mouro já trouxeram de volta, dos bolsos dos corruptos, dos ladrões desta pátria, cinco trilhões de reais. Não estou falando em milhões e nem bilhões, e sim em trilhões. Ah!, se a Justiça estivesse escutado este ex-Senador, não teriam levado tanto, poderiam até levar, mas não essa grande quantidade de dinheiro. Levaram muito, acabaram com o nosso País, acabaram com as verbas que deveriam ser repassadas para as prefeituras, para a educação, para a saúde, segurança etc. Muitos estão na cadeia. Fui eu que primeiro pediu o impeachment da presidente Dilma, fui eu que denunciei o escândalo da Petrobras, fui eu que demiti o presidente do Dnit, fui eu que demiti o Ministro de Transporte e muitos outros ministros. Demiti com a minha fala, com a minha boca e com a minha honra. Eu bato no peito e batia e mandava procurar: “Procurem o que vocês querem procurar no Mário Couto”. Foram oito anos dizendo isso, e oito anos perseguiram minha vida e jamais acharam absolutamente nada de mim. Aí, diziam meus inimigos, ainda vai aparecer o nome dele na Lava Jato. Não vai não, eu não comungo com isso, porque eu sei e tenho certeza absoluta que no dia que nós acabarmos com a corrupção no Brasil, essa Pátria vai ser grande e poderosa. Nossos municípios vão ser grandes e poderosos. O que mata o Brasil são essas saúvas que andam aí a roubar o nosso povo, o nosso dinheiro. Somos nós, amigos e amigas, somos nós que pagamos impostos. Você que é dona de casa, que é um trabalhador, que é um empresário, você paga imposto naquele papelzinho que vem colado no sabonete, pasta de dente, no feijão, no arroz etc; aquilo ali é seu. Se você tirasse aquilo ali, o produto cai pela metade, o produto brasileiro não é caro, o que é caro é o imposto. Nós pagamos trilhões de reais de impostos, para voltar pra nós em saúde e educação, mas não volta, porque roubam. Mas nós seremos um País grande e sério, nós estamos começando uma grande batalha e nesta eleição já será varrido um monte de políticos safados e desonestos e o Brasil está começando a entrar no seu caminho. Jamais se viu nesta pátria tantos políticos presos, Presidente impitimado. Agora estamos começando a vê eleitor mais preocupado na direção que toma, com seu voto e sua importância Antigamente o eleitor não sabia a importância do seu voto, ele vendia com maior facilidade, ele vendia na esquina antes de votar a troco de uma cachaça. Hoje não, hoje ele sabe que se não votar certo a pátria dele jamais terá salvação. Por isso eu quero me candidatar novamente e voltar ao Senado Federal para continuar minha grande batalha contra a corrupção.
Jornal O Impacto: Eu não poderia deixar de perguntar ao senhor, porque o momento no Brasil é da insegurança, ou seja, a insegurança pública no Brasil está falida. No Senado, o que se poderia fazer para contribuir para que o povo Brasileiro volte a ter o prazer de poder sair à noite de sua casa, estar na frente der sua casa e não ser assaltado e não ser assassinado?
Mário Couto: É a coisa mais fácil. Veja bem, eu tenho discursos na tribuna do Senado, você pode entrar no meu site, mostrando que no Governo Ana Júlia, nós devolvemos dinheiro que deveria ser aplicado na segurança, porque não gastamos esse dinheiro. A Insegurança faz parte da incompetência, meu Amigo. Tem dinheiro para segurança sim e muito, o problema é que a maioria dos governos que passaram por este Estado foi incompetente. Então, você pega do Governo da Ana Júlia a esse Governo que está aí, e vê como a segurança no Pará perdeu totalmente o rumo. Vou dar dados jamais vistos na história do Pará. É impressionante, dizem que o Rio de Janeiro é o Estado que tem mais violência, não é não! O Estado mais violento no Brasil é o Pará, e um dos mais violentos do mundo. Nós estamos em uma verdadeira guerra neste Estado. Em cada 100 mil habitantes morrem por mês 77 pessoas. Isso são dados da própria Secretaria de Segurança do Estado do Pará. Em cada 100 mil morrem 77 pessoas, nem em guerra acontece isso. Chama-se incompetência, irresponsabilidade e desinteresse. “O meu Governo vai acabar e eu não estou mais nem aí, que acabe eu não posso ser mais candidato. Que interesse eu tenho?”, disse Jatene em certa ocasião. Isso é irresponsabilidade, isso deveria dar cadeia; o homem que pensa assim tem que ir pra cadeia, porque não é o filho dele, porque não é a mulher dele, porque não é ele, porque ele tem segurança pessoal. É Governador do Estado cheio de motos do lado, acompanhando até a sala da casa dele. Não vai acontecer absolutamente nada com ele. Mas, e com os seus próximos? Com a sua família? Eu fiz uma passeata, uma caminhada e convoquei o povo de Belém, fui para às ruas com mais de 1.500 pessoas, mostrando; levei a família de todos os policias abatidos em janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho. Em seis meses, 78 Policiais mortos. Seis meses, nunca aconteceu isso na história do Pará e essas famílias dos policiais mortos foram comigo, nós invadimos o Ministério Público, nós levamos um documento mostrando todos esses dados e o Ministério Público acionou o Governo do Estado e abriu o processo. Mas isso é pouco, tem que se fazer mais coisas. Felizmente nós vamos ter, através da Constituição Federal, mudança no Governo agora nessas eleições, pois se tivéssemos mais tempo para esse rapaz governar, minha Nossa Senhora de Nazaré, só a Senhora poderia resolver isso.
Jornal O Impacto: Bem, voltando à questão política agora, questão em que fala de eleições, no início o senhor abordou a suplência sua que terá uma representante aqui na Região.
Mário Couto: Eu tenho grande prazer e a honra em poder falar isso. Eu fui um dos poucos políticos que lutou muito por essa região, lutei muito por uma causa que eu acho que na hora em que nós fizermos isso, essa região vai explodir de desenvolvimento, que é a Transamazônica. Eu consegui evoluir, briguei, lutei; eu posso dizer que eu tenho dezoito pronunciamentos, ofícios, requerimentos indo ao Ministério pedir o asfaltamento dessa rodovia.
Jornal O Impacto: Aliás, interrompendo rapidinho, não é só a Transamazônica, tem também a Santarém Cuiabá, há 40 anos.
Mário Couto: As duas. Eu posso dizer que nós avançamos bastante, ainda ontem e anteontem eu fiz questão de ir com o meu amigo Barrudada, olhando a estrada ali perto, andamos mais de 1.000 quilômetros; filmei, marquei trechos e caminhamos ao longo dela, evoluímos um pouco, mas precisamos continuar essa luta. Por isso é que veio na minha cabeça colocar na minha suplência uma senhora que tenho absoluta certeza que como Senadora fará um grande trabalho por essa região do estado do Pará, a Dona Fabrícia, esposa do meu amigo Paulo Barrudada, ela está na nossa chapa. Eu tenho uma honra muito grande, uma pessoa simples, capaz, uma pessoa honesta que vai me ajudar muito no Senado Federal. Vamos fazer um revezamento, eu quero que a região Oeste do Pará tenha uma Senadora da República competente, aguerrida e corajosa. E por isso eu tive a honra e o prazer de poder convidar o casal, fiz isso em um jantar e o marido bateu o martelo e ela topou. Nós vamos para o Senado trabalhar por essa região, se Deus quiser e logicamente a gente só vai poder ir se você que estiver lendo essa matéria me ajudar.
Jornal O Impacto: Foi um prazer muito grande, mais uma vez recebê-lo aqui e é claro agora aguardar o restante da caminhada e vê o que vai dar!
Mario Couto: O Prazer é meu. Eu quero agradecer ao povo de Santarém, na primeira eleição para o Senado eu fui o mais votado aqui; na eleição passada eu não posso falar nada porque eu praticamente não concorri, mas na primeira eleição eu fui disparado o mais votado aqui e eu tenho certeza absoluta que o povo de Santarém ficou muito feliz com o meus oitos anos de mandato, pois briguei muito por essa Região, briguei muito pelo meu País, briguei muito pelo meu Estado. Quase perdi meus dois filhos menores na época, um de 4 meses e uma menina de 12 anos, soltaram uma bomba caseira dentro de minha casa; minha filha que estava no meu braço foi de encontro a parede, sofremos muito, mas não recuei e estou vendo que tudo aquilo que eu fiz está aí. Eu costumo dizer para os meus amigos que eu não bebo álcool, mas quando eu vejo um cara que eu denunciei, passar na TV Globo ou em outra emissora, algemado para ir preso, eu mando a mulher abrir uma garrafa de vinho e bebo sozinho, fico bêbado e vou dormir. É a minha satisfação em vê o povo de Santarém, é um povo que pensa e tem cultura.
Por: Jefferson Miranda
Fonte: RG 15/O Impacto