quarta-feira, 27 de março de 2019

Pará encolhe e perde 50 cidades com a nova revisão territorial do IBGE

Mexida na malha não acarretou remanejamento populacional nem ajustes significativos na representação cartográfica dos limites municipais daqui, mas outros estados serão impactados.

Ele continua sendo o segundo maior estado do Brasil, em extensão territorial, mas entre 2016 e 2018 perdeu 2.196 quilômetros quadrados de área. O Pará encolheu. A informação, levantada com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, foi divulgada nesta segunda-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fez a revisão da malha municipal do país.
A área por onde o território paraense se espalha caiu de 1.247.955,238 quilômetros quadrados na checagem de 2016 para 1.245.759,305 quilômetros quadrados na apuração com referência a 2018. É como se 50 cidades do tamanho de Marabá tivessem sumido do mapa, literalmente, devido a ajustes técnicos do órgão. O Brasil passou de 8.515.759,09 Km2 para 8.510.820,623 Km2, o equivalente a perder um pedaço de terra do tamanho de três cidades de São Paulo, que é a maior das Américas.
De acordo com o IBGE, na atualização da malha feita em 2018, destacam-se o refinamento do traçado da linha de referência da costa brasileira e de alguns limites fluviais entre os estados de Mato Grosso e Amazonas; Roraima e Amazonas; e Pará com Maranhão e Amazonas. Destaca-se também a adequação da divisa entre o Distrito Federal e Goiás, após estudos realizados em parceria pelo IBGE com os respectivos órgãos estaduais.
O redimensionamento dos valores de áreas está relacionado ainda à evolução das geotecnologias aplicadas no seu cálculo. Na prática, as alterações das áreas também refletem eventuais alterações territoriais nos limites político-administrativos por força de lei ou de medidas judiciais.
Aqui no Pará, no entanto, a mexida territorial não acarretou remanejamento populacional nem ajustes significativos na representação cartográfica dos limites municipais. Mas noutros estados, como Santa Catarina, o número de municípios impactados chegou a 140. O Maranhão, vizinho paraense, tem dez municípios com rearranjo populacional por causa da alteração na malha. Ao todo, 261 municípios foram revisados.

Quem perdeu e quem ganhou

O Blog fez um levantamento comparativo entre as revisões de malha de 2016 e 2018 e constatou que os municípios da região do Marajó e adjacências foram os que mais perderam terreno. Enquanto Marabá (15.128,058 Km2), Parauapebas (6.886,208 Km2), Santarém (17.898,389 Km2) e Belém (1.059,458 Km2), nomes mais famosos do estado, seguem do mesmo tamanho, o município de Soure perdeu quase 20% de seu espaço, sendo reduzido de 3.517,318 Kmpara 2.857,349 Km2.
Outro que diminuiu foi Salvaterra, que passou de 1.039,072 Km2 para 918,563 Km2. O único que aumentou discretamente de tamanho na checagem do IBGE foi Viseu, que passou de 4.915,073 Km2 para 4.939,254 Km2. Na prática, Viseu ganhou uma área equivalente ao tamanho da cidade de Altamira.
Dos 10 maiores municípios brasileiros, quatro são paraenses, inclusive o maior de todos, Altamira, com seus 159.533,328 Km2, área superior à de 104 dos 196 países reconhecidos atualmente pela Organização das Nações Unidas (ONU). Destacam-se também Oriximiná, 4º maior do Brasil com 107.603,436 Km2; São Félix do Xingu, 6º maior, com 84.212,932 Km2; e Almeirim, 8º maior, com 72.954,798 Km2.