sexta-feira, 26 de abril de 2019

Professores da rede estadual de Santarém denunciam descontos abusivos nos salários




    Educadores revelaram que está acontecendo com a classe “desrespeito e desvalorização por parte da Seduc”

    Revoltados com cortes nos salários de janeiro, fevereiro, março e abril, deste ano, professores da rede estadual de Santarém denunciam a Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
    Em nota enviada à imprensa de Santarém, os professores revelaram que está acontecendo com a classe “desrespeito e desvalorização por parte da Seduc”.
    Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), um número significativo de professores foi surpreendido, com descontos no contracheque referente aos quatro primeiros meses deste ano.
    Procurado pelo Sintepp, o Diretor da 5ª Unidade Regional de Educação (URE), Francisco Nascimento, ainda não se manifestou acerca do problema.
    A coordenação do Sindicato em Santarém garantiu que já entrou em contato com a direção estadual em Belém para que a questão fosse discutida na quarta-feira, 24, durante audiência com o governo.
    “Nos solidarizamos aos docentes diretamente afetados, lamentando que o ‘novo’ governo insista em velhas práticas que só fazem mal a quem só quer ensinar. Governador, respeite o professor! Se não quer pagar o piso, garanta pelo menos a remuneração atual”, exclamou, em nota, o Sintepp de Santarém.
    GREVE PROGRAMADA: De acordo com o Sintepp de Santarém, na reunião ocorrida no dia 16 deste mês, na SEDUC, com a presença das secretárias de Educação, professora Leila Freire e de Administração, Hana Ghassan, nenhuma nova proposta foi apresentada.
    O Sintepp ressalta que o governo informou que ainda está analisando possibilidades para apresentar outra proposta à categoria, mas se manteve com o discurso das dificuldades financeiras e fiscais para o cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN).
    “Nossa representação reagiu à falta de proposição e reafirmou o calendário de lutas aprovado na última assembleia, em 04 de abril, que aprovou Estado de Greve na Rede Estadual de Ensino do Pará, bem como indicativo de Greve para a próxima Assembleia Geral, que ocorrerá no dia 26/04”, informou o Sintepp de Santarém.
    Ainda assim, segundo o Sintepp, foram apontadas diversas questões que deverão ser analisadas pelo governo na construção de uma proposta que avance nas negociações. Dentre as questões, deve ser reafirmada a necessidade de uma política de valorização.
    “Por isso na audiência do dia 16, perguntamos: se o governo diz não poder pagar toda a diferença para atualizar o piso, quanto pode garantir? Se justifica não poder nesse momento reajustar os vencimentos, por conta de limites fiscais, quando poderão fazê-lo? E até lá qual proposição podem apresentar à categoria?”, questionou o Sintepp de Santarém.
    O Sindicato acrescenta que esses questionamentos, mesmo sem serem contrapropostas ao governo, apontam caminhos para serem trilhados para se buscar uma saída à greve iminente, por conta da falta de respostas concretas e objetivas sobre a situação do PSPN.
    “Ficou, portanto, marcada mais uma rodada de negociação para o dia de nossa Paralisação (24/04), momento em que fizemos nacionalmente um diálogo com a sociedade contra a Reforma da Previdência e em defesa de nossos direitos. Logo, neste dia marchamos de São Braz até a SEAD, com passagem pelo INSS”, revelou o Sintepp de Santarém.
    Até o fechamento dessa edição, o Sintepp de Santarém informou que aguarda um posicionamento oficial de Belém.
    Por: Jefferson Miranda
    Fonte: RG 15/O Impacto