Comitiva da Assistência Social de Santarém visitou as cidades de Pacaraima e Boa Vista à convite do ACNUR e Unicef

A comitiva do Pará foi composta pela Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras), da Prefeitura de Santarém representada pela titular da pasta Celsa Brito, assessora técnica Gabrielle Andrade, coordenadora da Proteção Social Especial (PSE) Adriana Encarnação e a coordenadora da Casa de Acolhimento para Adultos e Famílias (CAAF); Fundação Papa João XXIII (Funpapa) que executa a assistência social em Belém e também órgãos do governo do estado como a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH) e representantes da sociedade civil de Belém e polícia federal também de Belém.
Representantes da Semtras e rede de acolhimento de Roraima

De acordo com a assessora técnica da Semtras, Gabrielle Andrade, a comitiva dialogou com militares do exército e conheceu um pouco da realidade da 'Operação Acolhida' que neste mês de abril completou um ano de atuação. É fruto de esforço das forças armadas composta pelo exército, marinha e aeronáutica e foi instituída para apoiar e dar resposta ao contexto emergencial do fluxo migratório dos venezuelanos por meio do Governo Brasileiro em parceria com as agências internacionais e organizações não governamentais.

Na ocasião, os representantes do Pará conversaram ainda com agentes de referência do Unicef e ACNUR sobre as respostas no âmbito da educação, proteção e saúde no contexto de práticas do programa WASH (do inglês Water, Sanitation and Hygiene) que consiste, essencialmente, no acesso a água limpa, casas-de-banho básicas e boas práticas de higiene desenvolvidos nos abrigos com apoio das agências internacionais e organizações não governamentais, pois a gestão dos abrigos é compartilhada tanto pelas forças armadas como pelas agências internacionais e organizações não governamentais.
A rota dos abrigos e acolhimentos


Em Boa Vista há o setor responsável pelo plano de interiorização que recebe as pessoas interessadas em serem interiorizados para outros municípios do Brasil.
A coordenadora da PSE, Adriana Encarnação, comentou sobre a visita a alguns abrigos em Boa Vista. O grupo teve a oportunidade de conhecer o Abrigo Pintolândia que acolhe a média de 600 indígenas das etnias Warao e E'ñapa. O espaço conta com a gestão compartilhada das forças armadas e da Fraternidade Cristã, organização não governamental no âmbito internacional. "Foi uma grande experiência conhecer a realidade de acolhimento de Boa Vista e toda a operação desenvolvida. Trouxemos na bagagem boas práticas para os acolhimentos aos migrantes que chegam a Santarém."
Espaço de convívio dos indígenas venezuelanos em um dos abrigos

Cada abrigo conta com ações humanitárias desenvolvidas aos acolhidos. A estrutura e segurança são de responsabilidade das forças armadas. No local existem redários, barracas, fogões coletivos, banheiros, escovódromo, espaços amigáveis onde crianças podem participar de brincadeiras lúdicas e educacionais, espaço para as mulheres fazerem o artesanato e também um espaço confeccionado pelos próprios indígenas com palha do buriti, matéria-prima muito característica da região nativa dos venezuelanos.

De acordo com a coordenadora da CAAF, Juliana Fialho, a visita foi enriquecedora. "Foi rico e impactante conhecer a realidade do fluxo migratório, desde a fronteira que diante da alta demanda incidem na entrada pelo Brasil e que seguem posteriormente para outros estados como o Pará. Enriquecedora por ter a oportunidade de conhecer as boas práticas de acolhimento desenvolvidas pela 'Operação Acolhida e poder trazer para Santarém ideias do que poderá ser trabalhado na prática."
Cada abrigo conta com ações humanitárias desenvolvidas aos acolhidos

Atuação de acolhimento em Santarém
"O fluxo dos indígenas à Santarém continuará acontecendo. Atualmente, acolhemos mais de 228 indígenas na CAAF. Ter a oportunidade de conhecer o trabalho conjunto de apoio das forças armadas e outras importantes parcerias internacionais e não governamentais foi um aprendizado gigante. Ainda que com ressalvas, em Santarém desenvolvemos o acolhimento há mais de 1 ano e meio. Em virtude da imigração, a Prefeitura instituiu um Comitê Intersetorial Municipal de Assistência Emergencial para Acolhimento a Pessoas em Vulnerabilidade Social composto por órgãos como o Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Militar para que possamos ampliar as parcerias e juntos melhorarmos esse acolhimento.
Estamos aguardando uma resposta positiva de apoio do governo federal para que esse acolhimento seja melhor desempenhado", pontuou a Secretária Municipal de Trabalho e Assistência Social Celsa Brito.
Geisa de Oliveira Agência Santarém