Uma cirurgia de mais de duas horas e meia, na manhã da última quarta-feira (26), marcou a realização da 45ª captação de órgãos realizada pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém, no oeste do Pará.
A equipe de médicos e enfermeiros, coordenada pelo cirurgião Alberto Tolentino, realizou a captação de dois rins e duas córneas de um paciente de 29 anos que foi diagnosticado com morte encefálica no último dia 24. Ele estava internado em uma unidade particular de saúde e a família autorizou a doação dos órgãos.
“Em casos como esse, nós obrigatoriamente, fazemos o diagnóstico de morte encefálica do paciente e falamos com os familiares sobre a possibilidade da doação. A família deste rapaz concordou que ele fosse um doador, num ato de caridade e solidariedade. Assim, foi possível realizarmos a captação de rins e córneas aqui no HRBA”, explicou o médico Antônio Carlos Silva, coordenador da Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós.
Esta foi a primeira captação realizada na unidade em 2023. Habilitado pelo Ministério da Saúde desde fevereiro de 2012, o Hospital Regional de Santarém já captou um total de 169 órgãos, sendo 84 rins, 71 córneas, 10 fígados e quatro corações.
Os órgãos captados nesta quarta-feira serão encaminhados pela Central de Transplantes do Pará, órgão ligado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) para atender usuários na fila de espera por rins e córneas. Além da captação, o HRBA também realiza transplantes renais desde 2016.
“A Central do estado define a partir da tipagem sanguínea do doador quais pacientes são mais compatíveis para receber os órgãos. O transplante pode ser realizado tanto aqui em Santarém quanto também em outro local”, informou o enfermeiro da OPO Tapajós, Valciclei Lima.
Organização de Procura de Órgãos – Desde novembro de 2012, o Regional de Santarém conta com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós, órgão que atua na identificação, manutenção e captação de potenciais doadores para fins de transplantes de órgãos e tecidos em toda a região oeste do estado.
Hoje, a OPO conta com um médico, dois enfermeiros e uma assistente administrativa, que trabalham na busca ativa de potenciais doadores, no apoio ao diagnóstico de morte encefálica e no acolhimento e consentimento da família para a doação.
Diagnóstico e incentivo à doação – Para ser um doador de órgãos após a morte, é necessário o diagnóstico de morte encefálica, que consiste na parada irreversível das funções do cérebro, e conta com um rigoroso protocolo médico para a determinação.
Hoje, um paciente que pretende ser doador, não precisa deixar nenhum documento escrito, mas sim manifestar o desejo à família, para que este seja respeitado.
O Hospital Regional do Baixo Amazonas realiza uma série de ações para incentivar a doação de órgãos, tanto no mês de setembro com a Campanha Setembro Verde quanto no resto do ano. O objetivo é conscientizar as pessoas da importância que essa decisão pode ter na vida de outros pacientes.
“Enquanto profissionais da saúde, nós sempre fazemos todo o possível para salvar os nossos pacientes. Mas infelizmente, quando isso não é possível, a gente conta com o apoio das famílias para que possamos fazer o que fizemos hoje, beneficiando pessoas que estão em filas de espera por um transplante de órgão ou que vivem com uma rotina de sessões de hemodiálise, por exemplo”, concluiu o coordenador da OPO.
Serviço – O HRBA é referência em média e alta complexidade para uma população de 1,4 milhão de pessoas residentes em 30 municípios, e presta serviço 100% referenciado, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado.
A unidade pertence ao Governo do Pará, sendo administrada pelo Instituto Social Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e funciona na Avenida Sérgio Henn, nº 1100, no bairro Diamantino, em Santarém, município que fica cerca de 700 km de distância de Belém, capital do Pará.
O Impacto com informações da Agência Pará
Imagem: Ascom / Hospital Regional do Baixo Amazonas