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Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá / BBC News Brasil |
Desenvolvimento Sustentável Mamirauá constatou a morte de 110 botos e tucuxis no lago
Tefé, nas imediações do porto da cidade de Tefé (AM), que fica na região do médio rio Solimões.
A identificação ocorreu num período de uma semana, do último sábado (23) até esta sexta-feira (29).
Equipes do instituto ainda reúnem carcaças dos animais, e pode haver uma quantidade maior de
mortes desses golfinhos de água doce.
Entre os animais mortos há machos, fêmeas, filhotes, jovens e adultos. A mortandade deixou
comunidades ribeirinhas consternadas. Essas comunidades já vivem dificuldades de locomoção
e de acesso a itens básicos de alimentação, em razão da estiagem que se aproxima de situações extremas.
Na seca histórica de 2010, não houve mortandade de botos como a verificada nesta semana
nos cursos d’água de Tefé, segundo pesquisadores do Mamirauá, um instituto sediado na cidade e
e de acesso a itens básicos de alimentação, em razão da estiagem que se aproxima de situações extremas.
Na seca histórica de 2010, não houve mortandade de botos como a verificada nesta semana
nos cursos d’água de Tefé, segundo pesquisadores do Mamirauá, um instituto sediado na cidade e
voltado a atividades de pesquisa e manejo sustentável na Amazônia.
Os pesquisadores também dizem não terem ocorrido essas mortes em outros ciclos de seca
na região.
As causas das mortes são investigadas, sendo a seca e o esquentamento da água algumas das hipóteses.
Os pesquisadores também dizem não terem ocorrido essas mortes em outros ciclos de seca
na região.
As causas das mortes são investigadas, sendo a seca e o esquentamento da água algumas das hipóteses.
Não está descartada também a possibilidade da presença de alguma toxina ou
patógeno na água.
"Ainda não podemos afirmar o que causou a mortalidade", disse à Folha, por mensagem,
a pesquisadora Miriam Marmontel, líder do grupo de pesquisa de mamíferos aquáticos amazônicos
do Instituto Mamirauá. "Estamos coletando materiais das carcaças para análises de contaminantes, histopatológicos, PCR de alguns agentes infecciosos, além da análise de água."
"Eu acredito que tenha relação com o aquecimento global", afirmou Marmontel. "Tivemos uma
diferença de cerca de 8°C entre a média normal de temperatura do lago e o que vivenciamos
ontem [dia 28], por exemplo."
Pesquisadores dizem que a temperatura da água do lago chegou aos 39°C às 18h desta quinta (28). Essa temperatura costuma ser de 30°C a 31°C nesta época do ano, segundo os estudiosos.
"Isso naturalmente gera um estresse térmico em qualquer organismo. E pode reduzir imunidade e potencializar a ação de outros agentes", disse a responsável por pesquisa de mamíferos aquáticos
patógeno na água.
"Ainda não podemos afirmar o que causou a mortalidade", disse à Folha, por mensagem,
a pesquisadora Miriam Marmontel, líder do grupo de pesquisa de mamíferos aquáticos amazônicos
do Instituto Mamirauá. "Estamos coletando materiais das carcaças para análises de contaminantes, histopatológicos, PCR de alguns agentes infecciosos, além da análise de água."
"Eu acredito que tenha relação com o aquecimento global", afirmou Marmontel. "Tivemos uma
diferença de cerca de 8°C entre a média normal de temperatura do lago e o que vivenciamos
ontem [dia 28], por exemplo."
Pesquisadores dizem que a temperatura da água do lago chegou aos 39°C às 18h desta quinta (28). Essa temperatura costuma ser de 30°C a 31°C nesta época do ano, segundo os estudiosos.
"Isso naturalmente gera um estresse térmico em qualquer organismo. E pode reduzir imunidade e potencializar a ação de outros agentes", disse a responsável por pesquisa de mamíferos aquáticos
amazônicos.
Pesquisador na área de geociências no instituto, Ayan Fleischmann aponta a seca no rio Solimões —
Pesquisador na área de geociências no instituto, Ayan Fleischmann aponta a seca no rio Solimões —
ou rio Amazonas— como mais severa neste ano, se comparada ao ano passado. Os fenômenos
El Niño e de aquecimento do Atlântico Tropical Norte estão por trás da estiagem mais grave,
conforme Fleischmann.
"Em agosto, a gente não tinha noção se seria uma seca extrema. Depois, o rio passou a cair 30
El Niño e de aquecimento do Atlântico Tropical Norte estão por trás da estiagem mais grave,
conforme Fleischmann.
"Em agosto, a gente não tinha noção se seria uma seca extrema. Depois, o rio passou a cair 30
centímetros por dia. Ainda não estamos no que foi a seca histórica de 2010", disse o pesquisador.