sexta-feira, 6 de junho de 2025

Bocão Ed. 1.566 - Jornal " O Impacto"

 

Bocão Ed. 1.566

CRIANÇA x CELULAR       

Não é preciso ser um especialista em educação ou saúde infantil para notar uma mudança preocupante no comportamento de nossas crianças nas salas de aula. O que antes era um oásis de descobertas e energia, hoje se transformou, para muitos, em um campo de batalha contra o sono e a agitação desmedida.

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Em conversa com alguns educadores de Santarém, disseram testemunhar uma realidade alarmante: turmas repletas de crianças sonolentas, com olhares perdidos e capacidade de concentração comprometida.

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Em contrapartida, outras manifestam um nível de estresse e agitação que ultrapassa o normal, tornando o ambiente de aprendizagem um desafio diário. A causa, suspeita-se e as evidências corroboram, reside no uso excessivo e desregulado das telas – celulares, tablets, computadores e televisões – que se estende frequentemente até altas horas da madrugada.

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O que deveria ser uma ferramenta de informação e entretenimento, tem se tornado um ladrão silencioso de um dos pilares fundamentais do desenvolvimento infantil: o sono de qualidade. A luz azul emitida por esses dispositivos eletrônicos é uma das grandes vilãs. Ela inibe a produção de melatonina, o hormônio responsável por sinalizar ao corpo que é hora de dormir.

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Quando uma criança passa horas imersa em conteúdos digitais até a madrugada, seu ciclo circadiano é desregulado. O resultado inevitável é a privação do sono, que se manifesta no dia seguinte como fadiga crônica, dificuldade de atenção, irritabilidade e uma notável redução na capacidade de reter informações e participar ativamente das atividades escolares.

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Como esperar que uma mente cansada absorva novos conceitos, participe de debates ou demonstre curiosidade? O processo de ensino-aprendizagem é diretamente prejudicado, transformando o potencial de aprendizado em um fardo.

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Se de um lado temos a sonolência, do outro, vemos o aumento do estresse e da agitação. A constante estimulação, a rápida mudança de informações, a gratificação instantânea e, por vezes, o bombardeio de conteúdos inadequados ou excessivamente intensos, criam um ambiente cerebral de hiperestimulação.

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Essa sobrecarga pode levar a quadros de ansiedade, baixa tolerância à frustração e dificuldade de se engajar em atividades que exijam atenção contínua e paciência – exatamente o que a sala de aula demanda. Crianças agitadas interrompem, têm dificuldade em seguir regras e, em muitos casos, se tornam um desafio para a gestão da turma, desviando o foco do aprendizado de todos.

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Pais e responsáveis são a primeira linha de defesa, com o papel crucial de estabelecer limites claros para o tempo de tela e, mais importante, de criar rotinas de sono saudáveis. Isso inclui banir telas do quarto, definir horários para “desconectar” e promover atividades alternativas que estimulem o desenvolvimento físico, social e emocional, como brincadeiras ao ar livre, leitura e interação familiar.

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As escolas, por sua vez, precisam estar cientes dessa realidade e adaptar-se, talvez com programas de conscientização para pais, debates sobre o tema e estratégias pedagógicas que busquem capturar a atenção de mentes tão estimuladas. A sociedade como um todo deve refletir sobre o ritmo frenético que impomos às nossas crianças, muitas vezes sem perceber os danos colaterais do excesso de conectividade.

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O futuro de uma geração está em jogo. Uma infância marcada pela privação do sono e pela hiperestimulação digital pode ter consequências duradouras no desenvolvimento cognitivo, emocional e social. É hora de despertar para essa realidade e agir, antes que o sono roubado das nossas crianças comprometa, irreversivelmente, a luz do seu aprendizado.


SANTARÉM SEDE  

Santarém foi escolhida como sede para 1ª Jornada de Direito Administrativo Militar que aconteceu na quarta (4) e quinta-feira (5), no Centro de Convenções Sebastião Tapajós. O evento foi promovido pela Escola de Magistratura Federal da 1ª Região (Esmaf/TRF1) em parceria com o Comando Militar do Norte do Exército Brasileiro.

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A jornada teve o objetivo de estimular a reflexão, a deliberação conjunta e a formulação de enunciados sobre o tema. Membros do Judiciário, integrantes do sistema de justiça e das Forças Armadas, servidoras (es), e pesquisadoras (es) participaram dos debates. A abertura contou com a apresentação musical de Carimbó, típica da região, de origem indígena e popular no Pará, seguida da execução do Hino Nacional brasileiro e pronunciamento das autoridades.

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No início do evento, o diretor da Esmaf, desembargador federal Jamil de Jesus Oliveira, destacou o ineditismo e o êxito da proposta da Escola de Magistratura em levar eventos como cursos, seminários e jornadas para cidades que vão além de Brasília, sede do tribunal. “A escolha de Santarém se deve à sua importância regional, econômica, estratégica e simbólica para o sistema de justiça e para a valorização da diversidade, ao sair das capitais, onde ficam as sedes, e nos dirigir às subseções”, afirmou, reforçando o estímulo ao desenvolvimento local e à interiorização da atuação judicial.

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O desafio da interioridade também foi ressaltado por Sávio Barreta Lacerda Lima, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Pará, como algo que toca a todas as instituições de Justiça. Ele parabenizou a escola não só pela realização do evento como também pelo formato de jornada, por favorecer o debate técnico e profundo dos temas sensíveis ao sistema de Justiça, possibilitando construir soluções para o sistema.

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Representando o Exército Brasileiro, o chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Norte, Deocleciano José de Santana Netto, ressaltou a relevância do evento como espaço de parceria e de escuta mútua. Salientou o esforço da administração militar em contribuir de forma singular para que magistradas (os) conheçam ainda melhor as especificidades das forças armadas para efetivamente, e de forma livre, formar o conhecimento sobre o que é justo e o que pode se tornar solução de Justiça ao cidadão.

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O diretor da Subseção Judiciária de Santarém, juiz federal Clécio Alves de Araújo, salientou que a jornada é uma oportunidade única de crescimento para “um debate de altíssima qualidade”, reunindo, “talvez pela primeira vez em único ambiente”, membros do Ministério Público Federal Militar, Advocacia-Geral, Juízes, desembargadores e demais agentes que lidam diariamente com o direito administrativo militar.

SANTARÉM SEDE 7

Diretor do foro da Seção Judiciária do Pará, o juiz federal Domingos Daniel destacou a importância das riquezas naturais de Santarém, em especial de suas águas e rios, e o papel histórico das Forças Armadas no desenvolvimento da Região.

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Também a representante da Presidência da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), juíza federal Ana Lia Ferraz da Gama Ferreira, ressaltou a relevância das Forças Armadas para o estado democrático de direito, a partir da própria experiência em Cáceres, onde atuou. Sobre as demandas que chegam à justiça federal envolvendo o direito militar, ressaltou: “o direito da Justiça Militar exige do magistrado não só a aplicação das normas, mas, também, a compreensão do papel das instituições militares na ordem democrática. É preciso conversar sobre isso junto. O campo desafia, mas enriquece muito a nossa atuação”, acrescentou.


FURTOS NO CORREIOS       

Trinta e quatro pessoas foram denunciadas à Justiça Federal por envolvimento em um esquema responsável por furtos sistemáticos de encomendas de alto valor transportadas pelos Correios entre os estados de São Paulo e do Pará. O grupo é acusado de crimes como formação de organização criminosa, furto qualificado, receptação qualificada, lavagem de dinheiro e posse irregular de arma de fogo.

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O esquema foi desarticulado em 18 de fevereiro deste ano, por meio de operação realizada pela Polícia Federal por determinação da Justiça Federal, a pedido do MPF. O nome da operação, VAR – sigla em inglês para árbitro de vídeo –, surgiu a partir do vocabulário usado pelos envolvidos no esquema de furto, que costumavam se referir ao crime usando termos do futebol.

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As investigações foram iniciadas em 2023, após os Correios terem relatado um aumento expressivo no extravio de objetos postais entre as unidades de tratamento de encomendas de São Paulo, Belém e Marabá. A apuração revelou uma rede estruturada em uma empresa terceirizada dos Correios, com divisão de funções – motoristas intermediários e receptadores – voltada à subtração e à comercialização ilegal de produtos eletrônicos, especialmente celulares, tablets e notebooks.

O Impacto